Primeiro-Ministro de Portugal anuncia demissão após ser alvo de investigação pelo Supremo

Mundo Lusíada

O primeiro-ministro de Portugal apresentou sua demissão, neste dia 07, anunciando que seu cargo não é compatível com nenhuma suspeição. “É uma etapa da vida que se encerra, e que encerro com a cabeça erguida”. A demissão surge após o Ministério Público revelar que Antonio Costa é alvo de investigação autônoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogênio.

Em sua fala ao país, Antonio Costa declarou que em oito anos na liderança do governo, se dedicou “de alma de coração a servir Portugal e os portugueses”, e estava “naturalmente disposto a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram até ao fim desta legislatura” mas que seu cargo não é compatível com qualquer suspeita.

“A dignidade da função do primeiro-ministro e a confiança que portugueses têm de ter nas instituições é absolutamente incompatível com o fato de alguém que é PM esteja sob suspeição da sua integridade, boa conduta, ou ser objeto de um processo-crime” disse Costa.

“Fui hoje surpreendido com a informação, oficialmente confirmada pelo gabinete de imprensa da PGR, que foi ou irá ser instaurado processo crime contra mim. Estou totalmente disponível para colaborar com a justiça” declarou Costa, que mencionou não pesar na consciência qualquer prática de ato ilícito.

“Quero dizer, olhos nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito, ou sequer de qualquer ato censurável” declarou. “Nesta circunstancia, apresentei a minha demissão a sua excelência o Presidente da República” na reunião nesta manhã, Marcelo Rebelo de Sousa já aceitou sua demissão.

Em agradecimento aos portugueses, Costa citou momentos difíceis e exaltantes que passou a frente do país, agradeceu autarquias locais e todos aqueles que serviram em seus três governos, além de agradecer sua família e sua mulher, pelo apoio ao longo desses anos.

Respondendo aos jornalistas, Costa disse que caberá ao presidente decidir sobre o futuro e uma eventual dissolução do parlamento.

Questionado sobre não ter culpa no processo, que ainda desconhece, declarou que há distinção do cargo de primeiro ministro com outros ministros do governo, não sendo compatível com as funções do primeiro-ministro.

Antonio Costa também confirmou que não se recandidata ao cargo de primeiro-ministro, em caso de eleições legislativas antecipadas.

Hoje, foi realizado buscas pela PSP em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio, em Montalegre. Foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois executivos de empresas.

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