Cavaco diz que foi uma honra servir Portugal seguindo o “superior interesse nacional”

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente da República Cavaco Silva,   durante a gravação da Mensagem do Presidente da   República dirigida às Comunidades Portuguesas no   âmbito do 10 de junho, na Fundação Champalimaud, em   Lisboa, 9 de junho de 2012. JOAO RELVAS/LUSA  O Presidente português Aníbal Cavaco Silva disse nesta segunda-feira ter sido um privilégio e uma honra ter servido Portugal nos últimos dez anos, reiterando que sempre agiu de acordo com “o superior interesse nacional”.

“Foi para mim um enorme privilégio servir Portugal e os portugueses ao longo destes dez anos tão cheios de desafios. Senti-me, em cada dia, profundamente honrado pela confiança que os portugueses depositaram em mim quando me escolheram para Presidente da República. Estou, a todos eles, profundamente grato”, afirmou o chefe de Estado, numa cerimônia na Câmara de Cascais.

Sublinhando que procurou corresponder a essa confiança agindo “sempre em consciência”, de acordo com o superior interesse nacional, no cumprimento da Constituição, Cavaco assegurou que não olhou a outro critério que “não o da procura de um futuro melhor para as novas gerações”.

“Muito para além dos ciclos políticos e da conjuntura, sou testemunha de que há um país que não desiste e de que há um povo que honra as vitórias, as conquistas e as descobertas que ilustram a nossa História”, frisou.

Cavaco Silva, que termina o mandato como Presidente da República na quarta-feira, disse ainda que saí de Belém com “redobrada certeza da garra e da mestria dos portugueses” e com a mesma fé num futuro de maior coesão e justiça social e a mesma esperança no cumprimento do desígnio que sempre o norteou.

“Conseguirmos, todos em conjunto, assegurar a construção de um Portugal maior”, declarou Cavaco Silva, que, em 2006, utilizou precisamente a expressão “Portugal maior” como um dos seus slogans de campanha.

À saída, o Presidente da República parou breves segundos junto à comunicação social que o aguardava, revelando apenas que está neste momento a “arrumar os papéis”.

Antes, na cerimônia em que recebeu as chaves da vila de Cascais e lhe foi atribuído o título de “cidadão honorário do município”, Cavaco Silva ouviu rasgados elogios do presidente da autarquia, Carlos Carreiras, que lembrou as “maiorias robustas e vitórias inequívocas” que o Presidente da República e ex-primeiro-ministro alcançou no concelho.

“O futuro encarregar-se-á de escrever a história e encontrar um lugar para todos nós. Sem fervores políticos nem ressabiamento ideológico”, vincou Carlos Carreiras, referindo-se a Cavaco Silva como um homem com “um sentido de estado inabalável” e de “um patriotismo total e convicções inegociáveis”.

Recordando que Sá Carneiro tinha como único objetivo “fazer de Portugal um país normal”, o presidente da câmara de Cascais lembrou como também Cavaco Silva sinalizou a importância crucial da normalidade.

Não só, disse, da normalidade do funcionamento das instituições, em relação à qual foi “garante absoluto e transparente”, mas também da normalidade econômica, financeira e social, prevendo estarem a ser postas em causa por “ilusões”.

“Com o Presidente Aníbal Cavaco Silva não houve forças de bloqueio no Palácio de Belém. Não houve demissões de Governos. Nem bombas atômicas constitucionais. Houve estabilidade, previsibilidade e normalidade”, resumiu.

Posse
O Rei de Espanha, Felipe VI, estará presente na tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente de Portugal, esta quarta-feira. Também vai estar presente o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, além do presidente da Comissão Europeia, o luxemburguês Jean-Claude Juncker.

O dia da posse do futuro Presidente da República começará às 9h no parlamento, em Lisboa, e terminará cerca de 12 horas depois com um concerto para jovens, com o hino nacional cantado pela fadista Mariza. São 550 convidados no parlamento que estará decorado com 2 mil rosas das cores da bandeira nacional.

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