Bolívia denuncia Portugal, Espanha, França e Itália na ONU

Mundo Lusíada
Com agencias

A presidente Dilma Rousseff faz o discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República
Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

A Bolívia anunciou que vai denunciar Portugal, Espanha, França e Itália na Comissão dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por terem fechado o espaço aéreo ao avião do presidente Evo Morales. “Enquanto governo, apresentamos nossas queixas em nível internacional. Já o fizemos na ONU e, nas próximas horas, vamos fazê-lo na Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas”, disse o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García, que ocupa interinamente a Presidência.

Em entrevista coletiva em La Paz, García explicou que, com isso, a Bolívia pretende “iniciar um procedimento contra os responsáveis pela violação do direito aéreo, que puseram em perigo a vida do presidente, ao impedir o sobrevoo dos territórios de alguns países europeus, o que não acontece mesmo em tempo de guerra.”

Evo Morales, que voltava de uma viagem a Moscou, teve de fazer uma escala forçada de 13 horas em Viena, depois de vários países europeus terem fechado o espaço aéreo ao avião presidencial por suspeitarem que o ex-consultor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, Edward Snowden estava a bordo. Snowden é acusado de traição aos Estados Unidos.

Em Moscou, Morales havia declarado que a Bolívia estuda a possibilidade de conceder asilo político a Snowden. Para o governo boliviano, o incidente é parte de um plano orquestrado pelos Estados Unidos, país com o qual a Bolívia mantém um relacionamento difícil.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou ter cancelado, por “considerações técnicas”, o sobrevoo de Portugal e a aterrissagem em Lisboa do avião de Evo Morales, na segunda-feira (1º) à tarde. O chefe da diplomacia da Bolívia, David Choquehuanca, disse que Portugal recusou o pouso para reabastecimento do avião presidencial por “suspeitas infundadas” de que o ex-consultor da CIA estava a bordo.

Em La Paz, o deputado Galo Bonifaz, da base governista, informou que o Parlamento boliviano vai pedir a expulsão dos representantes diplomáticos da França, de Portugal e da Itália como represália pela interdição de sobrevoo do espaço aéreo ao avião de Morales.

Desde a noite do dia 03, manifestantes concentram-se em La Paz em frente a várias embaixadas para protestar contra os países europeus que se recusaram a abrir seu espaço aéreo ao avião presidencial. Países como o Brasil e a Rússia criticam o ato dos países europeus.

ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse compreender as preocupações do governo da Bolívia, e pediu que os governos envolvidos debatam a questão com respeito aos legítimos direitos. Ele se sente “aliviado” pelo incidente não ter causado “consequências para segurança” do presidente boliviano e de sua comitiva.

O secretário-geral disse ter apelado aos “países implicados que debatam a questão, respeitando os legítimos interesses” em discussão. A Bolívia disse ter encaminhado queixa formal contra Portugal, a Espanha, a França e a Itália por terem fechado o espaço aéreo para a aeronave presidencial.

Além da Dilma Rousseff, os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.

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