Pandemia (COVID-19), Economia e Saúde – Quo Vadis?

Uma vendedora desinfeta as mãos de uma cliente durante a reabertura da Feira de Carcavelos, Cascais, 21 de maio de 2020. MÁRIO CRUZ/LUSA

Por António Viegas Bexigas

Quem poderia prever, em dezembro de 2019, que viríamos a ter um ano de 2020 coroado de peripécias, infortúnios e dissabores? Sinceramente, ninguém, nem mesmo os mais atentos. Mas é assim o mundo em que vivemos, não conseguimos antecipar o nosso futuro. Na verdade, 2020 tem sido um ano ímpar e ficará, certamente, registado na história da nossa vida coletiva.

A pandemia do COVID-19, que já fez até então mais de 1.2 milhões de vítimas mortais em todo o mundo, tem colocado a prova até mesmo os mais avançados sistemas de saúde e nos países menos desenvolvidos, a complexidade na gestão da crise tem sido, naturalmente, muito superior, sinal de que país nenhum estava preparado para combater a pandemia.

Para lá da crise económico-social e das alterações nos hábitos e estilos de vida, a pandemia tem impactado fortemente na economia mundial, o que se tem traduzido na falência de muitas pequenas e médias e empresas, na redução do turismo, no aumento da taxa do desemprego, na diminuição de fluxo no comércio, na consequente quebra das exportações e por conseguinte no aumento da pobreza.

Se por um lado tem sido imprescindível investir-se no setor da saúde, também é verdade que é necessário continuar a apoiar a economia, de modo a se preservar o emprego e o rendimento das famílias, minimizando assim a crise que se tem vivido. É, efetivamente, uma crise sanitária que tem causado colapso na economia.

Numa altura em que aumenta o número de casos positivos ao COVID-19 (mais de 48 milhões em todo o mundo), não nos parece plausível querer-se politizar a pandemia, até mesmo porque não podemos querer depreciar os sectores, pois ambos (saúde e economia) são importantes para o bem-estar social.

A pandemia do COVID-19 encontra-se sem margem de dúvidas na agenda mundial e tem sido em muitos casos, assunto de debate em eleições, tomemos como exemplo as eleições americanas. Ora vejamos, os EUA encontram-se num processo eleitoral que podemos caracterizar de histórico, pelo momento que se vivi e pelo destaque que se tem dado a pandemia, destacam-se dois blocos com visões totalmente opostas, enquanto um defende a economia o outro prioriza a saúde. As eleições americanas são o exemplo do quão díspar pode ser a nossa visão sobre a pandemia. Pela posição que ocupa no cenário internacional, os EUA deveriam liderar o combate ao COVID-19 de uma maneira frontal, mas tal não tem acontecido, não com a atual administração e como consequência temos a proporção que a pandemia tem tido na maior potência mundial.

É verdade que a procura por uma vacina que possa colmatar a situação pandémica, tem sido uma preocupação de todos os países, entretanto até que haja alguma descoberta plausível e tal possa ser disponibilizada para todos, poderá tardar mais algum tempo, é preciso aprendermos a conviver com a doença, respeitando as normas, cumprindo as recomendações, sim é possível!, Muito mais do que as políticas públicas, é necessário a consciencialização das pessoas de que quanto mais cedo nos precavermos, mais cedo poderemos sair da pandemia, é uma questão de esforço coletivo.

Em março sabíamos menos sobre o COVID-19 do que sabemos hoje, volvido pouco mais de 8 meses, portanto, já sabemos que o vírus é de contaminação oral/nasal e que por isso temos de usar uma máscara, sabemos que é necessário mantermos o distanciamento social e que a higienização deve estar cada vez mais presente no nosso cotidiano. A solução está nas nossas mãos, cabe a cada um de nós demostrar o nosso civismo de modo a que possamos fazer estancar a pandemia, recuperar a economia e melhorar a saúde pública.

Pandemia (COVID-19), Economia e Saúde – Quo Vadis? procura despertar a consciência do leitor para os temas da nossa atualidade, provocar um sentido crítico sobre o debate em torno da pandemia do COVID-19.

 

Por António Viegas Bexigas
Mestre em Direito Internacional e Relações Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

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