Médio Oriente: MNE pede máxima contenção e procura garantir proteção de portugueses

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante a sua audição na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas na Assembleia da República, em Lisboa, 18 de junho de 2024. ANDRÉ KOSTERS/LUSA

 Portugal segue “com enorme preocupação” o conflito entre Israel e Irão e pede “máxima contenção”, disse hoje o Governo, que está em contacto com as missões diplomáticas na zona para garantir a proteção dos portugueses.

“Portugal segue com enorme preocupação o agravamento da situação no Médio Oriente. Exorta à máxima contenção, evitando uma perigosa escalada e reabrindo canais diplomáticos”, afirmou, através das redes sociais, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel.

Na mesma publicação, o Governo afirma estar em contacto com as missões diplomáticas portuguesas para “assegurar a proteção dos portugueses na região”.

Israel iniciou esta madrugada uma ofensiva militar contra o Irão com bombardeamentos a instalações militares e nucleares que mataram vários altos oficiais iranianos, bem como cientistas e outros civis.

Os ataques noturnos, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e a central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro).

O Governo israelita afirmou que a operação militar vai continuar e as autoridades iranianas prometem uma resposta sem limites aos ataques israelitas.

Embaixadas fechadas

O Governo de Israel anunciou hoje o encerramento de todas as embaixadas israelitas no mundo como parte das medidas de segurança adotadas após os bombardeamentos realizados nas últimas horas pelo exército contra o Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita indicou que “devido aos recentes acontecimentos, as missões israelitas em todo o mundo serão encerradas e não serão prestados serviços consulares”, disse a Embaixada de Israel em Lisboa, através da página na internet.

Na mesma publicação, a embaixada disponibilizou uma ligação para um documento para que os israelitas no estrangeiro informem sobre a localização e o estado.

A embaixada também pediu aos cidadãos fora do país que “contactem imediatamente” o departamento de emergências do ministério em caso de “emergência ou problemas”.

Por outro lado, recomendou que os cidadãos israelitas evitem exibir “símbolos judaicos ou israelitas em espaços públicos” e “a publicação de detalhes identificáveis sobre a localização ou planos de viagem nas redes sociais”.

Além disso, os israelitas não devem “comparecer em grandes reuniões ou eventos associados a Israel ou comunidades judaicas” e são exortados a “cooperar com as forças de segurança locais” e a “manter um alto nível de alerta em locais públicos”.

Algumas horas antes, o chefe da diplomacia de Israel, Gideon Saar, havia detalhado que o ministério estava a funcionar “em formato de emergência” e tinha aberto “uma sala de emergência para operar todas as missões de Israel em todo o mundo”.

“As missões de Israel vão operar a nível diplomático e através dos meios de comunicação em todos os domínios para permitir a legitimidade diplomática da operação militar [contra o Irão]”, afirmou, após uma “maratona” de contactos com homólogos de outros países para informar sobre os bombardeamentos.

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