Luis Faro Ramos defendeu que o respaldo institucional é da maior importância.
Por Odair Sene
Presente no Encontro Nacional do Associativismo Luso-Brasileiro, que termina hoje em Fortaleza, o embaixador de Portugal no Brasil, Luis Faro Ramos, destacou o consenso da necessidade de união entre as entidades luso-brasileiras, assunto bastante ressaltado durante o evento.
“Em primeiro lugar essa é uma iniciativa muito necessária. Estamos a falar em conversas informais, e o Brasil tem tudo, é um país onde todos os instrumentos basicamente estão a disposição. O que é preciso agora é encontrar uma fórmula, não anda muito longe de uma fórmula mágica, de conseguir aproveitar esta enorme riqueza e diversidade, as Câmaras de Comércio, as associações, os hospitais beneficentes, a rede de investigadores que existe há pouco tempo, tudo isto, e conseguir aproveitar todos esses formidáveis instrumentos para a causa que nos anima nesta reunião, que é o futuro do associativismo português no Brasil”, ressaltou.
Segundo o embaixador, existe um passado brilhante no associativismo luso-brasileiro. “A história fala por si, basta olhar para os hospitais, para os clubes de leitura, para as associações centenárias que existem, como esta aqui [Sociedade Beneficente Portuguesa] Dous de Fevereiro. Mas isso não chega. Nós olhamos para o presente, vemos uma realidade completamente diferente de 100 anos atrás, vemos uma comunidade portuguesa de origem envelhecida, vemos uma comunidade luso-brasileira cada vez maior que se interessa por Portugal e por aquilo que se passa no nosso país, mas não está propriamente interessada em participar de atividades associativistas tradicionais”.
Luis Faro Ramos declarou porém que é possível ultrapassar este desafio, com todos os instrumentos disponíveis, de maneira otimista. “Penso que estamos a dar bons passos na direção correta. Agora se me perguntar, existe a solução, acho que existe mas temos que a procurar juntos, porque juntos somos mais fortes”.
Indagado sobre a participação do governo nesta discussão, tanto na presença do secretário das Comunidades, como Embaixada e rede consular presente, Luis Ramos disse que o respaldo institucional é da maior importância. “Ninguém faz nada sozinho. Nós todos devemos contribuir humildemente, na medida das nossas possibilidades, para este objetivo”.
Elogiando a organização, o embaixador disse que participou “entusiasmado” diante da adesão e o nível geográfico da adesão ao evento. “Temos aqui gente do sul ao norte do Brasil, associações, Câmaras de Comércio, colegas do corpo consular, cônsules honorários (…). As pessoas corresponderam à chamada, e se corresponderam é porque acham que vale a pena, isso já é um resultado extremamente animador”.
À margem da sua reunião em Fortaleza, a Federação das Câmaras Portuguesas também entregou uma homenagem ao embaixador Ramos, em reconhecimento ao seu trabalho em prol do fortalecimento dos laços entre Brasil e Portugal.