Presidente de Portugal esteve com comunidade no Consulado em São Paulo

Mundo Lusíada com Lusa

Na última etapa da visita ao Brasil, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa mudou sua agenda deixando de ir a Brasília onde teria um encontro com o Presidente Jair Bolsonaro, e reprogramou a sua agenda em São Paulo. Marcelo Rebelo de Sousa tinha previsto um encontro com o ex-Presidente Michel Temer, que passou para está segunda-feira de manhã.

Na recepção que aconteceu neste 03 de julho no Consulado Geral de Portugal em São Paulo, o Presidente português considerou que o que acontece entre Portugal e o Brasil “é um problema de família”, realçando o simbolismo do coração de D. Pedro, que reinou e deixou descendentes no trono dos dois países.

Na sua intervenção no consulado, Marcelo Rebelo de Sousa disse que a história peculiar de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal deixa o resto do mundo perplexo e concluiu: “Tudo o que se passa entre nós é sempre um problema em família”.

A recepção juntou representantes da comunidade portuguesa, e recebeu nomes como o treinador português Abel Ferreira.

Marcelo declarou que “está a haver uma invasão de Portugal por brasileiros, não têm a noção disso, e não há consulados que aguentem”, a propósito do “problema da celeridade dos vistos”.

No seu entender, se fosse feita uma alteração à legislação para permitir a nacionalidade portuguesa “até à quinta, sexta geração”, então aí no Brasil “todo mundo é português – é brasileiro e é português”, porque “uma percentagem esmagadora de brasileiros têm uma pinga de sangue português”.

Depois, o Presidente da República falou do “problema do coração, vem ou não vem o coração de D. Pedro” para o Brasil por ocasião do bicentenário da independência do Brasil que se assinala em 07 de setembro deste ano.

“Nós tínhamos de investigar se o coração era daquela época e podia ser de D. Pedro. Não íamos mandar um coração que não correspondesse às expectativas brasileiras. Está feito o estudo. O presidente da Câmara do Porto, ele próprio chamou a si a decisão”, referiu.

Rui Moreira “traz o coração nas mãos”, como diz a expressão, observou. “E aqui ficará até um ano. Nunca vi um coração tão importante estar tanto tempo cedido, normalmente há cuidado no empréstimo de corações”, acrescentou.

Nesta intervenção, de meia hora, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que nas relações luso-brasileiras “as realidades que são fundamentais estão a funcionar bem” – as relações entre povos, entre autarcas, instituições sociais, academias e governantes, mas não mencionando as relações entre chefes de Estado.

O Presidente da República, que desistiu de ir a Brasília porque o presidente Jair Bolsonaro tinha decidido cancelar o encontro entre os dois, depois de marcada reunião de Marcelo com ex-presidente Lula, mas deu como certa a sua presença em setembro na capital do Brasil, para as comemorações dos 200 anos da independência.

“O Senado já convidou para eu ser o orador convidado. Mas vem comigo o presidente do parlamento português, e virá comigo o Governo, para mostrar que os órgãos de soberania todos cá estarão nesse momento fundamental”, destacou, “para celebrar em conjunto esse momento áureo da vida do Brasil” disse Marcelo Rebelo.

O Presidente português assinalou que o programa inicial desta sua visita ao Brasil só incluía Rio de Janeiro, para assinalar os cem anos da travessia aérea do Atlântico Sul, e São Paulo, para a Bienal Internacional do Livro. Depois surgiu o convite de Jair Bolsonaro para ir a Brasília, portanto segue o “plano A”, deixando a visita a capital federal para setembro.

“Houve um convite escrito, eu aceitei por escrito. Na medida em que não aparece uma confirmação escrita, isto quer dizer que, de fato, eu vou ficar no programa originário”. E acrescentou: “Não tem drama nenhum”.

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