Em Brasília, Pilar Del Río e Carlos Reis discutem legado de José Saramago

Mundo Lusíada

A Embaixada de Portugal no Brasil, a Fundação José Saramago e o Camões – Centro Cultural Português em Brasília, em parceria com a Cátedra Agostinho da Silva na Universidade de Brasília (UnB), celebram o Dia Mundial da Língua Portuguesa em Brasília e o centenário de nascimento de José Saramago com uma conversa aberta ao público sobre o escritor português e o seu legado, no dia 5 de maio, no auditório Camões da Embaixada de Portugal em Brasília.

O encontro reúne Pilar Del Río, presidenta da Fundação José Saramago, e Carlos Reis, comissário do centenário, e terá a moderação de Augusto Silva Junior, coordenador da Cátedra Agostinho da Silva.

A conversa partirá de um diálogo com a exposição de painéis “Voltar aos passos que foram dados”, que será inaugurada no auditório, nessa data.

“Voltar aos passos que foram dados” constitui uma “viagem” pela vida e obra de Saramago que leva o visitante a (re)encontrar as obras e o legado cultural e cívico do escritor em 15 painéis. A seleção dos textos é de Carlos Reis e Fernanda Costa, com design de André Letria.

Nesta exposição é retomado um desafio proposto pelo autor no livro “Viagem de Portugal”: “É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já”.

A conversa e a exposição somam-se a outras iniciativas da Embaixada de Portugal e do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, realizadas em parceria com a Fundação José Saramago, em homenagem ao centenário do autor e ao Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Nascida em Sevilha em 1950, formada em jornalismo, Pilar del Río iniciou carreira profissional na emissora La Voz del Guadalquivir e na revista Triunfo. Trabalhou na Televisão Espanhol e colaborou com meios como Canal Sur, Cadena Ser e El País. Em 1986 conheceu o escritor José Saramago, com quem se casaria dos anos depois em Lisboa, onde fixou residência. Trabalhou como correspondente em Portugal por vários anos. Em 2010, após a morte do marido, Pilar del Río volta a viver em Lisboa para presidir a Fundação José Saramago. Desde 2013 está pessoalmente envolvida na elaboração da Declaração Universal dos Deveres Humanos, proposta que parte de uma ideia de José Saramago e conta com a colaboração de diversas instituições.

Carlos Reis é Professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra, sendo especialista em Estudos Narrativos e em Literatura Portuguesa dos séculos XIX e XX, sobretudo no domínio dos estudos queirosianos. Autor de mais de trinta livros (último em data de publicação: Dicionário de Estudos Narrativos, 2018), ensinou em universidades da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil.

A Conversa com Pilar Del Río e Carlos Reis em 5 de maio, acontece às 15h, no Auditório Camões (Embaixada de Portugal em Brasília, SES, Avenida das Nações, Quadra 801, Trecho 2) com entrada franca.

Centenário em exposição

A exposição “A Bagagem do Viajante” será inaugurada em Brasília no dia 5 de maio, e também celebra Dia da Língua e o centenário de Saramago. Inspirada no livro de crônicas homônimo do autor português, a exposição inédita ilumina encontros de José Saramago com autores e artistas brasileiros como Jorge Amado, Oscar Niemeyer e Chico Buarque, mas também com os seus leitores no Brasil.

Em parceria com o Metrô do Distrito Federal, por meio do Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal (EAI/GDF) e da Secretaria de Educação do DF, a mostra proporciona uma verdadeira viagem pelo legado de Saramago. Para Carlos Reis, a exposição aponta para a importância da viagem na obra saramaguiana. Ao viajar, Saramago “vai conhecendo pessoas, lugares e episódios, interage com o mundo e entrega aos leitores aquilo que aprendeu”, afirma Carlos Reis.

Cada um desses encontros está materializado em painéis apresentados em sete estações do Metrô, no percurso entre as estações Galeria e Samambaia Sul.

Na Estação Galeria, várias personalidades como Pilar del Río ou Valter Hugo Mãe estão a bordo da passarola, que seguirá viagem até ao Cine Brasília (106 Sul). Aí estarão artistas que desempenharam papéis de relevo em adaptações cinematográficas de obras de Saramago, como Alice Braga, em “Ensaio Sobre a Cegueira” e Chico Díaz, em “O Ano da Morte de Ricardo Reis”.

Em seguida, o viajante passará pela estação Shopping, onde encontrará personagens do romance Memorial do Convento. Já em Águas Claras estarão os escritores portugueses e brasileiros “Herdeiros de Saramago”: Afonso Reis Cabral, Andrea del Fuego, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, Ondjaki, entre outros. A Praça do Relógio é o local de encontro com Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Seguindo viagem, em Ceilândia Centro Saramago reúne-se com Jorge Amado e com a Bahia. O percurso termina em Samambaia Sul, ocasião do encontro com Sebastião Salgado e Chico Buarque.

Com apresentação e seleção de textos por Carlos Reis, “A Bagagem do Viajante“ reúne ilustrações da autoria de Pedro Amaral, Nathalie Afonso, Carlos Farinha e Mathieu Sodore, do coletivo português Borderlovers. “A exposição fala-nos de um escritor em viagem constante. E convida-nos a aceitar um desafio: sermos seus companheiros de viagem”, sintetiza Carlos Reis.

“A Bagagem do Viajante” é uma iniciativa da Embaixada de Portugal no Brasil e do Camões – Centro Cultural Português em Brasília, em parceria com o Escritório das Relações Internacionais do Distrito Federal, a Secretaria de Cultural do DF, a Representação da UNESCO no Brasil e o Metrô-DF.

Os trabalhos originais serão apresentados na Galeria Camões da Embaixada de Portugal no Brasil. A exposição ficará patente até 31 de julho.

Serviço: A Bagagem do Viajante

Metrô-DF
De 5 de maio a 31 de julho.
Estações Galeria, Cine Brasília (106 Sul), Shopping, Águas Claras, Praça do Relógio, Ceilândia Centro, Samambaia Sul.

Na Galeria Camões
De 5 de maio a 31 de julho
Exposição dos trabalhos originais
Visitação de segunda a sexta, das 14h às 17h, mediante agendamento pelo e-mail: [email protected].
Endereço: Embaixada de Portugal em Brasília, Avenida das Nações, SES, lote 2.

Acesso livre.

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