A comunidade portuguesa de Santos, litoral paulista, manifestou-se numa carta aberta, publicada pelo Jornal Tribuna de Santos, no último 24 de março, acusando o governo de marchar para o autoritarismo. A intenção dos portugueses residentes da baixada santista é chamar atenção para a questão da reestruturação consular, um plano do governo português que promete desativar algumas unidades consulares no mundo, dentre elas a de Santos. Já o Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo também divulgou nota contra o fechamento do Consulado de Santos, afirmando que de nada adiantou as reuniões e apelos de protesto. "Prevaleceu, exclusivamente, a visão equivocada da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, baseada em premissas inexistentes, para impor de cima para baixo, uma reestruturação consular que não prevê melhorias de serviços ou instalações, sem consideração aos inúmeros e valiosos aconselhamentos do CCP, órgão de consulta do governo". Assinada pelo presidente do órgão Antonio de Almeida e Silva diz lamentar as referidas medidas governamentais que "não se coadunam com os anseios e carências das coletividades portuguesas espalhadas pelo mundo", se juntando aos protestos de diversos órgãos e entidades pelo mundo (leia na íntegra). De acordo com a carta vinda de Santos, a reivindicação para manter a unidade, trata-se de respeitar a comunidade luso-brasileira a viver na região. "Nossa raça, originalmente emigrante por necessidade, ordeira e acolhida com respeito pelo mundo, é desrespeitada de forma obtusa, e grotescamente ignorada pelas autoridades que hoje compõem o Governo Português" acusa. Segundo o documento, assinado por nove entidades portuguesas da baixada, Portugal é visto como os "piores países membros de uma comunidade que celebra 50 anos", e acusa o governo de ver os emigrantes como estrangeiros. "O emigrante, mesmo esquecido por seus maiores, é responsável pela terceira receita do país, com remessas legais enviadas dos quatro cantos do mundo. E, quando voltamos ao “colo” de nossos amores, somos tratados como “retornados”, se visitamos nosso país a turismo, somos recebidos como “estrangeiros”. A carta, intitulada "Estamos de Luto" é assinada pelo Centro Português, Sociedade União Portuguesa, Sociedade Portuguesa de Beneficência, Escola Portuguesa, Casa de Portugal, Casa da Madeira, Tricanas de Coimbra, Elos Clube e Associação Atlética Portuguesa.
Confira a carta na íntegra AQUI.