Em 01 de maio, o Ministério das Infraestruturas e Habitação determinou que a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) realizem auditorias ao ‘apagão’ elétrico com conclusões em 20 dias.
A tutela emitiu na quarta-feira três despachos em determina aos reguladores “a realização, respectivamente, de auditorias e uma análise técnica e aprofundada dos incidentes ocorridos durante o apagão da passada segunda-feira”.
Em comunicado, o Ministério disse que “esta avaliação independente, com caráter prioritário e urgente, irá traduzir-se num relatório elaborado por cada uma das entidades”, sendo que “o documento deverá ser apresentado no prazo máximo de 20 dias e deve também incluir conclusões claras e recomendações concretas”.
Ainda a Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai criar um comité para investigar as causas do ‘apagão’ “excecional e grave” que deixou Portugal e Espanha às escuras na segunda-feira, foi hoje anunciado.
A organização disse que vai “investigar as causas essenciais, elaborar uma análise exaustiva e avançar com recomendações num relatório final” sobre o incidente de segunda-feira que deixou Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França.
A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade acrescentou que também será feito um relatório que vai apresentar de maneira exaustiva todos os detalhes do incidente.
O comité vai incluir investigadores de vários países da União Europeia e os que estiveram envolvidos no incidente, assim como as entidades nacionais dos países afetados.
Municípios
Também a presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) considerou que houve falta de orientação, informação e estratégia por parte do Governo durante o apagão de segunda-feira e que foram, uma vez mais, os municípios a dar respostas.
“Houve uma falta de orientação e de informação. Foi um pouco cada serviço de Proteção Civil por si e, mais uma vez, nos momentos críticos foram os autarcas que deram as respostas às suas comunidades”, afirmou Luísa Salgueiro (PS) à Lusa, depois de questionada sobre a gestão do apagão por parte do Governo de Luís Montenegro.
A autarca, que também preside à Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, referiu que foram as comissões municipais de Proteção Civil a coordenar a situação e a fornecer combustível, água e comunicações.
E acrescentou: “Ficamos cada um a tratar da resposta à sua comunidade. Foi o que se sentiu mais uma vez”.
Apesar de entender que houve dificuldades de comunicação “inesperadas e difíceis de gerir”, a socialista considerou que faltou uma estratégia global, tendo a atuação de cada município sido “por impulso de cada um”.
“O senhor primeiro-ministro é o responsável máximo da Proteção Civil no país e nós [autarcas] somos os responsáveis máximos da Proteção Civil a nível local e nunca houve nenhuma articulação entre nós, algo que devia ter acontecido”, insistiu.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, durante cerca de 10 a 11 horas, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu na manhã de terça-feira que o serviço estava totalmente reposto e normalizado.