AILD promove, em São Paulo, entrega de premiação literária para autora de 13 anos

Premiação da Associação Internacional de Luso Descendentes (AILD). Foto Mundo Lusíada

Vencedora do concurso literário “As Minhas Férias em Portugal”, Clara Dunand, de São José dos Campos escreveu sobre Coimbra sem nunca ter estado na cidade portuguesa.

 

Por Odair Sene
Mundo Lusíada

Uma menina de São José dos Campos, interior de São Paulo foi a vencedora de um concurso literário realizado pela Associação Internacional de Luso Descendentes (AILD) que tem representação no Brasil.

Clara Silveira Dunand, acompanhada pelos pais, veio a São Paulo receber justamente “livros” trazidos de Portugal pelo também diretor da AILD Alex Pinheiro, em um evento aberto realizado no último dia 29 de abril no Museu Casa das Rosas, um espaço cultural localizado em plena Avenida Paulista no coração São Paulo.

Com o tema: “As Minhas Férias em Portugal”, a diretora da AILD Gislaine Carrijo explicou que o concurso foi o primeiro (de vários) que a organização pretende fazer. E que o objetivo é e será sempre de valorizar pessoas com iniciativas literárias, a escrita e a criatividade.

“Sim, deve ser o primeiro de muitos porque o reconhecimento da cultura principalmente da parte literária, do desenvolvimento e da promoção de jovens, a gente tem que intensificar, isso a nível global, esse é o foco da e AILD”.

O concurso foi lançado no ano passado justamente para dedicar a esses jovens, para promover e fomentar o gosto pela literatura, pela criação de conteúdo, gosto pela escrita portuguesa, “então termos hoje aqui uma jovem de 13 anos que é a Clara, para a gente é um orgulho porque se trata de uma jovem iniciando sua carreira literária, mas que já teve premiações anteriores no Brasil, e agora ela vence um prêmio global através da AILD”, são cinco obras publicadas pela Clara de apenas 13 anos.

A diretora referiu que um dos objetivos da Associação é justamente mostrar a força cultural que tem os luso descendentes, “com os devidos reconhecimentos, e esse reconhecimento foi importante principalmente por ela não ser uma luso descendente, isso foi uma surpresa e ficamos mais honrados e orgulhosos porque ela teve a iniciativa de escrever – e bem – sobre Portugal, sem nunca ter estado lá, nossa ideia é inclusive proporcionar uma viagem para que ela conheça Portugal em breve”, valorizou a diretora da AILD.

Ao Mundo Lusíada a vencedora do concurso “As Minhas Férias em Portugal”, Clara Dunand disse que soube do concurso, fez a inscrição, preparou seu conteúdo, um conto sobre Coimbra, e “achei bem legal participar” disse que ficou muito feliz com o resultado e perguntada se teve alguma “inspiração” em especial, disse que só pesquisou, escolheu Coimbra e escreveu.
“Porque foi o lugar que eu gostei bastante e foi baseado nas pesquisas que eu escrevi o meu conto onde citei alguns lugares de Coimbra”. Sobre a importância do reconhecimento para a sua vida literária ela disse que foi bem importante mesmo, e disse que quer seguir assim o caminho da escrita. Portugal é uma meta a ser alcançada conforme ela revelou, gostaria de conhecer Portugal e isso também virou meta da AILD. A Clara Dunand esteve com o pai Arnold e com a mãe a Rosane.

Ao Mundo Lusíada, o diretor do Museu Casa das Rosas, Reinaldo Damásio, explicou que o museu na Avenida Paulista em São Paulo faz parte de uma rede de casas literárias formada por Casa das Rosas, Casa Guilherme de Almeida e Casa Mário de Andrade.

O diretor explicou sobre a parceria junto a AILD, dizendo que a Clara fez parte de um programa livre de preparação de escritores jovens, ela se inscreveu no concurso, “e essa oportunidade que ela teve de ter aulas com escritores já formados, foi muito importante para acolher o ideal dela de ser escritora, e vai ajudar muito para levar para a vida dela, foi neste sentido de valorizar a escrita, o raciocínio”.

Numa época onde se fala muito da utilização de “inteligência artificial” o diretor disse que até trabalha com algumas tecnologias “mas desde que a tecnologia esteja a serviço da criatividade de cada participante, de cada autor”.

Reinaldo garante que a inteligência artificial não vai criar para o humano, “o que ela pode fazer é trazer alguns elementos, que o humano trabalhe com seus recursos para um projeto próprio, por isso é importante você ter hoje um curso como este onde você trabalha a escrita criativa, a comparação entre autores, a ampliação do conhecimento, para que justamente esses alunos não caiam nessa armadilha da facilidade de achar que um aplicativo, uma inteligência artificial, vai pensar por você, ela pode nos ajudar a achar soluções, mas nunca vai substituir o pensamento e aqui nós valorizamos a criatividade, a pesquisa, como a Clara fez, ela pesquisou e ela ganhou como se estivesse ido para Portugal, isso é a criatividade, isso a gente trabalha nesse curso”, disse.

Sobre a organização e a premiação Reinaldo Damásio explicou que o curso que a Clara participou é um curso do Museu Casa das Rosas, a parceria feita com a AILD foi para a premiação da Clara que participou do referido concurso.

A ideia é criar outros projetos entre essas instituições, incentivar os jovens como a Clara que fez o curso no local, foi premiada no local “quem sabe agora possamos fazer outros projetos, outros concursos em parceria com a AILD”, referiu.

A AILD, que funciona em São Paulo, tem a Gislaine Carrijo na direção geral e com uma estrutura composta – além dela – pelo diretor de empresas e negócios Alex Pinheiro quem trouxe de Portugal alguns livros, algumas publicações para que fossem entregues para a vencedora. Tem ainda um diretor cultural, e um diretor de ciências e tecnologia e a parte social. “Essa é a frente que nós temos para ajudar a promover, a fomentar a cultura e o gosto pelas nossas origens”, disse Gislaine sobre a Associação que existe em Portugal, no Brasil, em França, Inglaterra e Continente Africano.

Falaram na breve solenidade ali realizada: a Gislaine Carrijo, o diretor do Museu Reinaldo Damásio e a vencedora Clara Dunand, além de um agradecimento da mãe da Clara a Sra. Rosane. Ao final a Clara Dunand também entregou algumas de suas obras para a Associação dos Lusos Descendentes. O encontro terminou com um cafezinho e os tradicionais pasteis de nata servidos aos participantes.

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