Governo de Portugal diz que vacina da Pfizer “será das melhores” caso se confirmem resultados

Em São Paulo, governador anunciou iniciou das obras da nova fábrica da vacina Coronavac.

Mundo Lusíada
Com Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defendeu nesta segunda-feira que a vacina contra o novo coronavírus da Pfizer “será das melhores” que existem no mercado caso se confirme a eficácia de 90%.

“Se vier a verificar-se que a sua eficácia é na ordem dos 90%, tenho a dizer que será das melhores vacinas que teremos, porque as que utilizamos atualmente nem todas têm essa eficácia. Esperemos que sim, que os ensaios se venham a concretizar”, disse Graça Freitas, na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à covid-19.

A diretora-geral da Saúde foi questionada sobre o anúncio da farmacêutica Pfizer, que revelou que dados provisórios sobre a vacina contra o novo coronavírus indicam que pode ser eficaz em 90% dos casos e que este mês pedirá o uso em situações de emergência nos Estados Unidos.

O anúncio deste dia 09 não significa, contudo, que uma vacina está iminente. A análise provisória, de um conselho independente de monitorização dos dados, verificou 94 infecções registadas até agora num estudo que envolveu quase 44.000 pessoas nos EUA e em cinco outros países.

A Pfizer não forneceu mais detalhes sobre estes casos e alertou que a taxa de proteção inicial pode mudar até o final do estudo.

Graça Freitas disse ainda que Portugal está nos mecanismos de aquisição para esta vacina. “Portugal está nos mecanismos europeus para aquisição de vários tipos de vacina e de várias marcas. Esta que hoje anunciou estes resultados é uma daquelas que o nosso país tem previsto adquirir”, precisou.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.255.803 mortos em mais de 50,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.959 pessoas dos 183.420 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Farmacêutica
A Pfizer não forneceu mais detalhes sobre os casos e alertou que a taxa de proteção inicial pode mudar até o final do estudo.

“Estamos numa posição potencialmente capaz de oferecer alguma esperança”, disse à Associated Press (AP) Bill Gruber, vice-presidente de desenvolvimento clínico da Pfizer.

As autoridades enfatizaram que é improvável que qualquer vacina chegue antes do final do ano e que, quando chegar, os fornecimentos iniciais serão racionados.

A vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer e pela sua parceira alemã BioNTech está entre 10 possíveis vacinas candidatas em fase final de testes em todo o mundo – quatro delas até agora em grandes estudos nos Estados Unidos.

Outra farmacêutica americana, a Moderna, também já disse que espera poder entrar com um pedido na Food and Drug Administration (FDA), o regulador dos medicamentos nos Estados Unidos, ainda este mês.

Os voluntários nos estudos em fase final e os investigadores não sabem quem recebeu a vacina real ou a “vacina simulada” (placebo). Mas, uma semana após a segunda dose necessária, o estudo da Pfizer começou a contar o número de pessoas que desenvolveram sintomas de covid-19 e foram confirmadas como portadoras do novo coronavírus.

Como o estudo ainda não terminou, Gruber disse não poder dizer quantos voluntários em cada grupo tiveram infecções. Contudo, segundo a AP, quase todas as infeções registadas até ao momento terão ocorrido em pessoas que receberam as vacinas placebo.

A Pfizer não planeja interromper o estudo até registrar 164 infecções entre todos os voluntários, um número que a FDA concordou ser suficiente para dizer que a vacina funciona bem. A agência norte-americana deixou claro que qualquer vacina deve ser pelo menos 50% eficaz.

Nenhum participante até agora ficou gravemente doente, disse Gruber, que não pode, contudo, fornecer uma análise de quantas das infecções ocorreram em pessoas idosas, que estão sob maior risco se contraírem covid-19.

A FDA exigiu que as vacinas candidatas dos EUA fossem estudadas em pelo menos 30.000 pessoas. Além de números adequados de idosos, esses estudos também devem incluir outros grupos de alto risco, incluindo pessoas com problemas crónicos de saúde.

As empresas receberam também instruções para rastrear metade dos participantes quanto a efeitos colaterais durante pelo menos dois meses. A Pfizer espera atingir esse marco no final deste mês.

Como a pandemia ainda está em alta, os fabricantes esperam obter permissão de governos de todo o mundo para o uso de emergência das suas vacinas enquanto os testes adicionais continuam – permitindo que cheguem ao mercado mais rápido do que o normal, mas levantando preocupações sobre o quanto os cientistas saberão sobre as vacinas.

A Pfizer e a BioNTech continuam a acumular dados sobre a segurança e a eficácia da vacina que desenvolveram a esperam produzir 50 milhões de doses este ano e 1.300 milhões em 2021.

Vacina no Brasil
O Governo de São Paulo iniciou obras da nova fábrica da vacina Coronavac. Com capacidade de produção de 100 milhões de doses por ano, a planta será construída com doações da iniciativa privada.

“É um dia histórico para São Paulo e para o Brasil. Um passo fundamental que consolida ainda mais o Instituto Butantan, e o Brasil, na liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica para a produção de vacinas”, afirmou o governador João Doria.

A nova fábrica do Butantan terá cerca de 10 mil m² e além de produzir as doses da vacina contra a Covid-19, poderá produzir outros imunizantes fabricados no Instituto Butantan.

A previsão de conclusão das obras é de até 10 meses, com um custo de R$ 160 milhões. Já foram arrecadados até o momento R$ 130 milhões com doações de 24 empresas dos mais diversos setores da economia.

A Coronavac, desenvolvida pela parceria do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, está em fase final de testes clínicos, que quando finalizados serão submetidos para aprovação e registro da Anvisa. Somente após essas aprovações, as doses serão disponibilizadas para a aplicação.

Após autorização da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e das Autoridades Sanitárias da China, o Instituto Butantan receberá as primeiras 120 mil doses da Coronavac com chegada prevista para o dia 20 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Até dezembro de 2020, o Instituto Butantan receberá 46 milhões de doses da Coronavac, sendo 6 milhões de doses da vacina já prontas para aplicação e outras 40 milhões que serão formuladas e envasadas em fábrica própria do Instituto. Outras 15 milhões de doses devem chegar até fevereiro de 2021.

A Coronavac vem sendo testada em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.

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