Teto de igreja histórica desaba na Bahia, turista morre

Foto Wellington Da Costa Gomez

Da Redação com agencias

O desabamento do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador (Bahia), nesta quarta-feira (5), causou a morte de uma turista, Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos. Outras seis pessoas ficaram feridas no acidente.

Em nota à imprensa, o Ministério da Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) manifestaram profundo “pesar pelo trágico desabamento de parte do forro do teto” da igreja. “Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade às vítimas, seus familiares e à comunidade local”.

Segundo o governo, o imóvel histórico é de propriedade da Ordem Primeira de São Francisco, responsável direta pela gestão e manutenção da edificação. O Iphan argumentou que atua na preservação do bem, com ações como o restauro dos painéis de azulejaria portuguesa.

A obra foi concluída em maio de 2023. Há a elaboração de um projeto de restauração do edifício.

Segundo o Iphan, autarquia vinculada ao MinC, havia agendado visita técnica à Igreja de São Francisco de Assis para esta quinta-feira (06/02), após pedido protocolizado na tarde da última segunda-feira para avaliação de uma dilatação do forro do teto, sem indicação de situação emergencial. Também não houve comunicado da Defesa Civil Municipal, Corpo de Bombeiros ou outros órgãos a respeito de eventuais riscos.

Os órgãos do governo acrescentaram que estão à disposição para colaborar com as investigações e adotar as medidas necessárias para a preservação e restauração do patrimônio histórico e cultural.

Apesar da Igreja e o Convento de São Francisco serem edificações de propriedade privada, cuja responsabilidade pela manutenção e pela preservação são de seu proprietário, ainda assim, o Iphan, enquanto órgão de proteção do patrimônio cultural brasileiro, vem investindo na preservação e na restauração da Igreja, a exemplo das ações de restauro dos painéis de azulejaria portuguesa no valor de R$ 4,1 milhões, concluído em maio de 2023, e a elaboração do projeto de restauração total da Igreja e do Convento, atualmente em andamento, no valor de R$ 1,2 milhão.

O patrimônio

Localizadas no coração da capital baiana, as estruturas foram erguidas entre os séculos XVII e XVIII e são consideradas uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro, apresentando, em especial a igreja, uma faustosa decoração interior. Foram tombadas pelo Iphan, classificadas como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, e fazem parte do Centro Histórico de Salvador, que hoje é Patrimônio da Humanidade.

O convento foi iniciado primeiro e, em 1708, foi lançada a pedra fundamental da igreja, com o edifício terminado em 1723. A Igreja tem azulejos portugueses assinados em 1737 por Bartolomeu Antunes de Jesus, que reproduzem o nascimento de São Francisco, adornados por talhas de madeira moldadas com ouro em pó e com símbolos do barroco brasileiro.

E duas pias de pedra, doadas por D. João V e, teto, pinturas sacras, além de imagens de São Pedro de Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e São Francisco de Assis no altar-mor.

A igreja, conhecida como a igreja do ouro, já enfrentava problemas estruturais desde 2023, incluindo infiltrações, desabamento de elementos, problemas na pintura e desnivelamento do piso.

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