Portugal vence Alemanha de virada e está na final da Liga das Nações

Foto @selecaoportugal

 Portugal apurou-se hoje pela segunda vez para a final da Liga das Nações de futebol, ao vencer de virada a Alemanha por 2-1, em jogo das meias-finais disputado em Munique.

Depois de uma igualdade sem gols na primeira metade, os alemães adiantaram-se no marcador logo no arranque da segunda, por Florian Wirtz, aos 48 minutos, mas a equipa lusa, vencedora em 2019 da edição inaugural, reagiu e, no espaço de cinco minutos, virou o resultado a seu favor, com gols de Francisco Conceição, aos 63, e de Cristiano Ronaldo, aos 68.

Para o treinador Roberto Martínez, “precisamos de desfrutar da vitória. É a primeira vez em 25 anos que ganhamos à Alemanha. Taticamente, estivemos excecionais e o nosso compromisso ajudou. Na segunda parte, melhorámos muito em frente à baliza. Mostrámos que temos muitas nuances táticas diferentes trabalhadas e há que utilizar isso, começando com um ‘onze’ inicial e terminando com outro. O importante é o espírito da equipa e hoje foi uma vitória da equipa. Tivemos de fazer ajustes táticos e adaptámo-nos bem ao que a Alemanha estava a fazer.”.

Na final, agendada para as 20:00 portuguesas de domingo, Portugal vai defrontar, em Munique, o vencedor da outra meia-final, a disputar pelas 20:00 de quinta-feira entre a Espanha, detentora do título, e a França, vencedora da edição de 2020/21, enquanto os germânicos vão discutir o terceiro lugar com o perdedor, em jogo agendado para as 14:00 do mesmo dia, em Estugarda.

“Tive um momento de inspiração e foi um grande golo, mas estou mais feliz por ter ajudado a equipa a passar à final [no domingo, frente à Espanha ou à França, em Munique]. Temos um lote de jogadores com muita qualidade e isso ficou provado hoje. Todos os que entraram em campo têm muita qualidade e quem entrou a partir do banco fê-lo para tentar ajudar a equipa. Estamos muito felizes, mas não ganhámos nada. Apenas passámos à final e isso é importante para podermos atingir o nosso objetivo” declarou Francisco Conceição, autor de um gol e eleito homem do jogo pela UEFA.

“Esperávamos um jogo muito difícil, contra uma seleção que é historicamente fortíssima e ainda mais em casa. Sabíamos que iam começar com intensidade, a pressionar com muita energia. Tivemos alguns momentos na primeira parte em que faltou o último passe para definir bem. Melhorámos muito isso no segundo tempo. Nem tudo foi perfeito, mas acho que foi uma boa exibição de Portugal. Não é fácil sofrer um golo no início da segunda parte, ainda que haja fora de jogo e o árbitro provavelmente não saiba as regras do futebol, mas a equipa mostrou muito caráter e personalidade para dar a volta ao jogo” declru por sua vez Bernardo Silva.

Histórico

Portugal qualificou-se para a 33.ª final da sua história no futebol, quarta nos seniores, ao vencer a anfitriã Alemanha nas meias-finais da Liga das Nações, podendo repetir o êxito de 2019 perante Espanha ou França.

Na Allianz Arena, em Munique, os gols de Francisco Conceição (minuto 63) e Cristiano Ronaldo (68), contra o tento inaugural de Florian Wirtz (48), deram à vitória à equipa das ‘quinas’ (2-1), que pode chegar ao 16.º troféu, terceiro em seleções principais, no domingo, no mesmo local, após os êxitos no Campeonato da Europa de 2016 e na Liga das Nações de 2019.

Francisco Conceição celebrou ao fim de apenas cinco minutos em campo e deu início à reviravolta nacional, 25 anos depois do ‘hat-trick’ do seu pai, Sérgio Conceição, face aos alemães na conclusão do Grupo A do Euro2000 (3-0), em Roterdão, nos Países Baixos.

Já Cristiano Ronaldo, de 40 anos, dilatou os recordes de partidas (220) e golos (137) na seleção ‘AA’, pela qual foi titular e nunca marcou nas finais de 2016 e 2019 e na derrota perante a Grécia no encontro decisivo do Euro2004 (1-0), no Estádio da Luz, em Lisboa.

Angelos Charisteas impediu a equipa então liderada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari de festejar em casa, mas o título europeu chegaria em 2016, com um golo no prolongamento do suplente Eder, aos 109 minutos, perante a anfitriã França (1-0), em Saint-Denis, nos arredores de Paris.

O resultado mais destacado em 104 anos de história da seleção nacional foi atingido sob orientação de Fernando Santos, que voltou aos êxitos três anos depois, quando Portugal venceu em casa os Países Baixos (1-0), com um golo de Gonçalo Guedes, ao minuto 60, no jogo decisivo da primeira edição da Liga das Nações, no Estádio do Dragão, no Porto.

Cristiano Ronaldo, avançado e capitão do conjunto agora liderado pelo espanhol Roberto Martínez, foi o único a figurar nas três finais, enquanto o defesa-central Ricardo Carvalho alinhou de início face à Grécia em 2004, mas não saiu do banco com a França em 2016.

Dos vencedores da Liga das Nações, em 2019, outros nove jogadores contribuíram para esse sucesso em território gaulês, casos do guarda-redes Rui Patrício, dos centrais José Fonte e Pepe, do lateral-esquerdo Raphaël Guerreiro e do médio William Carvalho, todos titulares a tempo inteiro na decisão, enquanto o centrocampista João Moutinho entrou na segunda etapa, ficando o companheiro de setor Danilo e o dianteiro Rafa Silva no banco.

Antes da primeira vitória em 25 anos sobre a Alemanha, que quebrou uma série de cinco derrotas, o histórico de finais das seleções nacionais de futebol tinha sido atualizado pela última vez na semana passada, com a chegada ao duelo decisivo do Europeu de sub-17.

No domingo, Portugal repetiu os triunfos de 2003 e 2016, na ‘era’ dos sub-17, e em 1989, 1995, 1996 e 2000, no antigo formato de sub-16, ao derrotar na final a França (3-0), em Tirana, para suceder à Itália, que havia vencido os lusos pelo mesmo resultado em 2024.

Ao interromper uma sequência de quatro desaires em seis anos em partidas decisivas, a formação das ‘quinas’ comemorou um troféu pela 15.ª vez, 11 dos quais em competições continentais jovens: quatro em sub-16, três em sub-17, dois em sub-18, um nos sub-19 e outro no então Torneio Internacional de Juniores, precursor do Europeu daquele escalão.

Já a nível planetário, os dois títulos mundiais seguidos de juniores (sub-20), conquistados frente à Nigéria (2-0), em 1989, em Riade, e ao Brasil (4-2 no desempate por penáltis, após 120 minutos sem golos), em 1991, perante quase 130.000 espetadores no antigo Estádio da Luz, registo recorde para a FIFA, eram os maiores feitos lusos até à vitória no Euro2016.

Nas 32 finais disputadas – 29 em provas continentais e três no plano mundial -, Portugal ganhou 15 e perdeu 17, tendo nivelado o saldo entre tentos marcados e sofridos (34-34).

Portugal nunca conquistou Europeus de sub-21, apesar de ter estado em três finais, nem Mundiais de seniores e de sub-17, cujas melhores prestações findaram nas ‘meias’, mas poderá isolar-se na liderança do palmarés da Liga das Nações, caso derrote a Espanha, campeã europeia e detentora do cetro, ou a França, vencedora em 2021, na decisão da quarta edição da mais jovem competição continental de seleções organizada pela UEFA.

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