Presidente do Senado é absolvido

 

Mundo Lusíada Com Agencias

Antonio Cruz/ABr

Brasília – Jornalistas acompanham em um telão o início da sessão destinada a votar processo de cassação do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL)

Renan Calheiros (PMDB-AL) é absolvido após sessão secreta no Senado Federal. Na votação que decidia a cassação do mandato do presidente da casa, 40 senadores votaram pela sua absolvição e 35 votaram pela cassação, enquanto seis parlamentares se abstiveram. Esta foi a primeira vez na história do país que um presidente do Senado teve uma cassação avaliada em Plenário.

Logo após o anúncio da votação, o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) afirmou à imprensa que o Senado “pecou e errou” em absolver o presidente Renan Calheiros. “Não é mais um calvário só do Renan, mas do Senado”, afirmou. Segundo ele, os seis parlamentares que anularam seus votos praticamente proclamaram o resultado.

Heloísa Helena (Psol-AL) lamentou o resultado. "Lógico que ficamos constrangidos com um resultado como esses". Ela classificou o resultado da absolvição como um "conluio para acobertar o Renan", e afirmou que o partido vai exigir a continuidade das investigações contra o parlamentar.

Apesar de secreta, algumas informações vazaram durante a sessão secreta no Senado Federal. O senador Tião Viana chegou a reclamar da tribuna do plenário pedindo para que os parlamentares parassem de repassar informações aos jornalistas.

Uma das reclamações dos deputados de dentro da sessão secreta era o sistema de som. Já que os microfones do plenário estavam desligados, e os treze deputados autorizados, por meio de liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), a participar da sessão estiveram atentos e se esforçando para ouvir a todos.

Entre os discursos nesta tarde, um dos destaques foi para o senador Demóstenes Torres (Democratas-GO) que teria dito que uma defesa de Renan seria “burrice”. Após reação do presidente da sessão, pedindo respeito, Demóstenes se desculpou e acabou trocando a palavra por “pouca inteligente”.

Durante a sessão Do lado de fora do plenário, alguns deputados que não puderam entrar realizaram protesto. Os deputados João Campos (PSDB-GO) e Paulo Rubens Santiago (PT-PE) exibiam contendo “Mandato é representação. O voto aberto é obrigação”.

O advogado-geral do Senado, Alberto Cais Cais, divulgou antes mesmo do término da sessão que entrou com pedido de reconsideração da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, autorizando 13 deputados na sessão secreta de cassação do mandato de Renan Calheiros. “A sessão secreta, com a presença exclusiva dos senadores, é regimental e, por isso, se trata de questão interna da Casa. O Supremo não costuma interferir neste tipo de assunto”.

O pedido foi encaminhado, ainda nesta quarta, à presidente Ellen Gracie do STF. Após as 15h (horário de Brasília) os juízes votaram e decidiram, por 6 votos a 4, a permanência da liminar dando direito aos 13 parlamentares a acompanhar a sessão secreta no Senado.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o episódio da briga entre deputados e seguranças na porta do plenário é inadmissível. Ele quer investigações sobre o caso, mas não apontou responsabilidades até o momento.

“Numa sessão que é uma aberração, a sessão das sombras, esperamos que ela produza um resultado que alivie um pouco o Brasil e a nossa combalida democracia representativa. Esse é um dia para ficar na história" disse o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ). "12 de setembro no Brasil, simbolicamente, pode representar um atentado terrorista e um golpe à nossa aspiração de construir minimamente uma democracia no país”..

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