Portugal aceitou “com satisfação” convite do Brasil para observador do G20

Mundo Lusíada com Lusa

Portugal aceitou “com satisfação” o convite do Brasil para acompanhar em permanência, durante um ano, o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, anunciou o Governo, destacando a importância do multilateralismo e da cooperação internacional.

“Portugal aceitou com satisfação o convite do Brasil para participar no G20, traduzindo-se num acompanhamento em permanência dos trabalhos do grupo das vinte maiores economias a nível mundial”, refere o executivo, num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

O Brasil, que exerce a partir de hoje a presidência do G20, convidou Portugal e Angola, entre outros países, para observadores da organização.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil recorda que “historicamente, as presidências do G20 convidam países não-membros do agrupamento e organizações internacionais para participar nas reuniões do seu calendário de eventos”.

Durante a presidência brasileira do G20, que se prolonga até 30 de novembro de 2024, Portugal, juntamente com os restantes países convidados, participará “plenamente nos trabalhos desta importante plataforma internacional de diálogo e coordenação político-econômica”, adianta o executivo português.

“Portugal revê-se nas prioridades apontadas pela presidência do G20, designadamente no que toca à inclusão social e à luta contra as desigualdades, a fome e a pobreza; o combate às alterações climáticas e o desenvolvimento sustentável; bem como a reforma das instituições internacionais”, é referido na nota do MNE.

O Governo português, sublinha ainda, “acredita que, através da sua participação ativa no G20, irá contribuir para uma bem-sucedida presidência brasileira, a qual refletirá o empenho no multilateralismo e na cooperação internacional como ferramentas essenciais para enfrentar os crescentes desafios globais”.

O Brasil pretende organizar mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que será realizada no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro de 2024.

Países

Para além de Portugal e Angola, a presidência brasileira convidou o Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura.

“Outros países deverão ser convidados para participar da Cúpula de Líderes e de instâncias específicas do grupo nas quais possam dar contribuição particular”, acrescentou a diplomacia brasileira.

Além destes países, o Brasil convidou também o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (BIRD), Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Corporação Andina de Fomento (CAF), Fundo Monetário Internacional (FMI), Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Organização das Nações Unidas (ONU), Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Mundial do Comércio (OMC).

Por proposta do Brasil, a presidência brasileira do G20 deve contar com duas forças tarefas e uma iniciativa: a Força Tarefa para o Lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a Força Tarefa para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima e a Iniciativa para Bioeconomia. A presidência brasileira buscará aproximar o trabalho das trilhas sherpa e de finanças e as duas forças tarefas terão participação de representantes de ambas as trilhas.

Os membros do G20 são as 19 principais economias do mundo: Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.

O G20 foi criado em 1999, como uma forma de coordenação entre os países-membros ao nível ministerial, após uma sequência de crises económicas internacionais: a crise do México de 1994 e a crise dos Tigres Asiáticos de 1997 (que atingiu especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul), a crise da Rússia de 1998.

Em 2008, no auge da crise causada pela queda do banco Lehman Brothers, os países fizeram a primeira cimeira de chefes de Estado e de Governo do G20, em Washington (EUA).

Nos dois anos seguintes, as cimeiras foram realizadas semestralmente: em Londres (Reino Unido) e Pittsburgh (EUA), em 2009, e em Toronto (Canadá) e Seul (Coreia do Sul), em 2010. A partir de Paris (França), em 2011, o encontro passou realizar-se anualmente, na cidade designada pelo país que ocupa a presidência.

A partir desta sexta-feira (1º), o site oficial e as redes sociais do G20 também passarão a ser administradas pelo governo brasileiro. A página estará disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol) e vai conter, além de informações sobre o grupo e sua história, detalhes sobre os grupos de trabalho, grupos técnicos, forças-tarefa, reuniões e demais iniciativas da Presidência brasileira do G20.

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