Passos: Alternativa da oposição é programa “imediatista, irrealista” e “iliberal”

Mundo Lusíada
Com agencias

Foto: Antonio Cotrim/Lusa
Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Arquivo Foto: Antonio Cotrim/Lusa

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou durante sua intervenção na Assembleia da República que a alternativa programática da oposição é “um programa político imediatista e irrealista” e “iliberal”, que põe em causa o equilíbrio das contas públicas.

Passos Coelho falava no debate do Programa do Governo, numa intervenção em que defendeu que os partidos defensores da participação de Portugal na União Europeia, no euro e na NATO constituem “uma maioria maior” saída das eleições legislativas, “maior certamente do que quaisquer outras geometrias que se possam agora anunciar”.

Numa alusão ao entendimento entre PS, BE, PCP e PEV para uma alternativa de Governo, Passos Coelho considerou que esse “outro caminho” é o de “um programa político imediatista e irrealista, assente no desejo do regresso à ideia de onipresença do Estado e numa representação iliberal e anti-global do mundo”.

“Não garante a trajetória seguida nos últimos 30 anos relativamente ao nosso consenso europeu, antes o compromete, já que um programa como este dificilmente deixaria de ser visto como uma ameaça à normalização das nossas contas públicas e aos progressos que na economia e na sociedade vão ligados a essa normalização”, acrescentou.

O primeiro-ministro ainda defendeu que os governos, mais do que uma “base aritmética”, devem ter uma “base identitária, coesa e credível” para serem substancialmente legítimos, e considerou que o executivo PSD/CDS-PP preenche essa condição. “É precisamente essa base, coesa e credível, que como primeiro responsável do XX Governo Constitucional apresento hoje perante o parlamento”, acrescentou.

Programa colorido
Já o secretário-geral comunista afirmou que o programa do Governo PSD/CDS-PP “é mais do mesmo, colorido com mais algumas proclamações”, enquanto o primeiro-ministro explorou algumas contradições entre PCP e PS, nomeadamente em relação à banca e ao euro.

Jerónimo de Sousa lamentou que, “depois de tantos sacrifícios, tantas vidas empobrecidas”, o Governo não tenha resolvido “nenhum dos problemas estruturais” e “a única coisa que garantiu foi o lucro, os dividendos, os privilégios dos grandes grupos econômicos e financeiros”.

O PS acusou o Governo de manter o memorando da ‘troika’ no seu programa liberal, mas o primeiro-ministro contrapôs que são os socialistas quem se radicalizam e afastaram-se do centro político.

“Como é que depois de ter perdido o apoio maioritário da população portuguesa e de não ter o apoio parlamentar pensaria em concretizar o seu projeto liberal? Não é a ‘troika’ [Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia], nem o memorando, que justifica o projeto liberal que foi implementado desde 2011, porque a ‘troika’ já não está cá, o memorando também não, mas o projeto liberal continua no programa de Governo”, declarou o dirigente socialista Pedro Nuno Santos.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu que investidores e credores vão retrair-se perante ideias que implicam “degradação orçamental” do programa alternativo da esquerda e que isso penalizará “as condições de crescimento da economia”.

Oposição
O programa do XX Governo Constitucional, liderado por Passos Coelho e Paulo Portas, está em debate nesta segunda e terça-feira no parlamento. Em caso de aprovação de alguma moção de rejeição no plenário, como garantem os partidos de esquerda que divulgaram apoios na última semana, o executivo é demitido.

Ainda esta manhã, também o partido Livre declarou acreditar que o ainda desconhecido acordo entre as forças de esquerda para um novo governo será “forte o suficiente para garantir um mandato duradouro”, mostrando-se disponível para ajudar os partidos.

O Livre “congratula-se com a confirmação de que o PS, BE, PCP e PEV conseguiram estabelecer um acordo para uma maioria parlamentar de apoio a um governo de esquerda”.

Para o Livre, “a confirmar-se a queda do atual governo (…) não resta ao Presidente da República outra hipótese que não seja a de convidar a força política que garantiu uma maioria no Parlamento, no caso o PS, a formar governo”.

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