Dilma vai levar da ONU a “lembrança da força das mulheres”

Presidente disse que discurso histórico foi um ‘momento importante’ para ela; pela primeira vez, os debates anuais da Assembleia Geral das Nações Unidas foram abertos por uma mulher.

 

Por Mônica Villela Grayley
Da Rádio ONU em Nova York

A presidente Dilma Rousseff disse que sentiu a “força das mulheres” na sede da ONU, na quarta-feira dia 21, ao se tornar a primeira mulher a inaugurar os debates anuais da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Nesta entrevista à Rádio ONU, ela falou sobre a lembrança que levará para o Brasil deste momento histórico. “A lembrança que eu vou levar (para o Brasil) é de que foi um momento especial para mim, para o Brasil e para as mulheres. Eu vou levar esta lembrança: da presença calorosa, eu acho, das mulheres deste plenário. Foi uma coisa importante que interagiu comigo,” afirmou.

A presidente brasileira chegou à sede da ONU na segunda-feira, onde fez um discurso sobre os investimentos do Brasil no combate a doenças crônicas não-transmissíveis. Ela também participou de um colóquio sobre o papel da mulher na política ao lado da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, e da secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton.

Antes de retornar ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff manteve um encontro bilateral com o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron. Durante sua estada em Nova York, a presidente brasileira recebeu um prêmio do Instituto Woodrow Wilson, concedido a personalidades que se destacam no serviço público.

Economia mundial e Estado palestino

“Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia”, afirmou Dilma. A presidente dedicou grande parte do discurso pedindo a união da comunidade internacional para solucionar a crise financeira mundial.

“Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência é não é ilimitada. Queremos e podemos ajudar, em quanto é tempo, os países onde a crise já é aguda. Um novo tipo de cooperação entre países emergentes e desenvolvidos é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais”, disse.

A chefe de Estado e governo afirmou que a ONU não pode esperar mais para reformar o Conselho de Segurança. “O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18° ano. Não é possível protelar mais. O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha refletir a realidade contemporânea. O Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho”, afirmou.

A 66ª sessão da Assembleia Geral contou com o pedido da Autoridade Nacional Palestina de ser aceita como Estado-membro da ONU. Uma causa, que segundo Dilma, tem que ser apoiada pela comunidade internacional.

“Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a título pleno. O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio”, defendeu.

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