Por Igor Lopes
A Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro lançou o livro “A outra margem do Atlântico”, no dia 16, no Palácio São Clemente, em Botafogo, zona Sul da cidade carioca, como forma de celebrar os 100 anos de história dessa instituição.
As autoras da obra são as historiadoras Renata Santos e Cíntia Carli. Juntas, elas fizeram um trabalho de pesquisa que pretende mostrar “a evolução do comércio português no Rio de Janeiro ao longo do século XX, mostrando a fundamental importância da Câmara Portuguesa nas relações econômicas, políticas e sociais entre Brasil e Portugal”.
A Outra Margem do Atlântico – a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro e as relações comerciais luso-brasileiras (1911-2011) destaca “a contribuição preciosa dos imigrantes portugueses na transformação econômica e social” do Rio. Lançado pela editora “Documento Histórico”, o livro conta com capa dura, tem perfil de edição de luxo, contabiliza 160 páginas e se caracteriza por ser um livro institucional comemorativo.
Renata Santos conta que toda a apuração dos fatos históricos teve como objetivo recuperar a memória desses 100 anos. Segundo ela, fazer esse livro foi um desafio, já que havia escassez de informação.
“Foi um longo trabalho. Primeiro, a Câmara teve um incêndio na década de 1970, que destruiu boa parte do seu acervo. Depois, o que sobrou não estava catalogado, organizado. Aqui no Brasil, havia apenas um ou dois trabalhos pequenos sobre a Câmara. Quando a instituição fez 50 anos foi publicado um texto comemorativo pela própria entidade. Tivemos esse desafio que foi recuperar realmente essa história ao longo dos 100 anos. Tínhamos que entender essa trajetória, reunir e coletar informações do arquivo da Câmara para tentar remontar essa história”, explica Renata, que recorda que “uma das principais partes do livro foi perceber como a história dessa instituição se articulou com a história do nosso país”.
A autora sublinha que a publicação retrata um pouco do percurso econômico do Brasil e o seu desenvolvimento industrial. Renata sugere ainda que uma das virtudes da obra é fazer perceber o papel do português que veio para o Brasil e que sempre ficou preso a estereótipos.
“O livro mostra que, mesmo à frente de uma padaria ou daquele comércio tradicional, os portugueses foram extremamente empreendedores”, comenta Renata, que afirma que o livro começou a ser feito em 2010 a pedido da própria Câmara.
Paulo Elísio de Sousa, presidente da Câmara Portuguesa, refere que “os primeiros 100 anos dessa história (da Câmara) estão relatados no livro”. Este responsável esclarece que a obra mostra “as dificuldades e anseios do comércio entre Portugal e Brasil desde o início do século XX”.
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