Aproximação entre Brasil e Portugal domina discursos no centenário da Câmara Portuguesa no Rio

Por Igor Lopes
Do Rio para Mundo Lusíada

O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, Dom Orani Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, Paulo Elísio de Souza, pres da Câmara Portuguesa e de Comércio e Indústria do Rio, e o cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, António Almeida Lima. Foto: Ígor Lopes

 

Num evento grandioso, que marcou os seus primeiros 100 anos, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro reuniu empresários portugueses e brasileiros durante um jantar no Museu Histórico Nacional, no centro da cidade carioca, no último dia 17.
A comemoração reuniu membros do governo português como o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, além do secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, e do Secretário de Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira. Outros nomes presentes nessa comemoração foram o do cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Renan Paes Barreto, e do cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, António Almeida Lima. Um dos objetivos da comemoração foi alcançado: unir os dois países em torno de uma discussão econômica e de cooperação mútua que pretende gerar frutos em breve.
A festa teve um ar de renovação, lembrando fatos passados, mas exaltando a necessitada de se pensar nas atitudes que devem ser tomadas no futuro. No discurso de celebração pelo centenário, Paulo Elísio de Souza, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, mandou um recado claro ao governo de Portugal. De acordo com este presidente, é necessário haver cooperação entre os dois países.
“As relações econômicas bilaterais entre Portugal e Brasil têm que ser incentivadas e aprimoradas pelos governos e pela iniciativa privada. Há que ser decidido entre os governos se existe interesse de incrementar estas relações e, se assim entenderem, faremos a nossa parte. As Câmaras Portuguesas espalhadas pelo mundo têm que incentivar, alavancar e facilitar estas relações, para que elas sirvam de sustentáculo para a transferência tecnológica e evolução econômica dos países envolvidos”, diz Paulo Elísio.
O presidente da Câmara acredita que os próximos 100 anos serão diferentes dos primeiros e que “a experiência que adquirimos nessa comemoração e os novos parceiros vão acrescentar muito”.
Segundo este responsável, alguns projetos devem ganhar vida até o fim do ano. Um deles pretende promover uma das delícias da culinária portuguesa.
“Vamos ampliar ainda este ano a comemoração do Bolo Rei. No final do ano passado, percebemos que a comunidade no Rio não sabia o que era isso. O brasileiro não conhece esse bolo, mas sabe o que é Panetone. Fizemos um pequeno concurso para eleger o melhor Bolo Rei do Rio. Este ano vamos repetir. Não só o bolo rei, mas a ceia de Natal, onde esse bolo está presente. Queremos mostrar ao consumidor brasileiro a tradição de Portugal e gerar mercado para as empresas portuguesas que trabalham com esse produto”, refere o presidente da Câmara de Comércio, que faz um apelo: “Queremos que as pessoas apóiem mais a Câmara. É importante atrair as grandes empresas brasileiras e portuguesas, com capital brasileiro”.

Governo português demonstra ambição em termos econômicos

Paulo Elísio de Souza, pres da Câmara Portuguesa e de Comércio e Indústria do Rio, e o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas. Foto: Ígor Lopes

Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, recorda que as Câmaras Portuguesas de Comércio fazem parte da história de Portugal e do Brasil, e que essas entidades ajudaram na promoção da cultura e comércio lusitanos.
“As Câmaras Portuguesas nos trouxeram capacidade de valorizar o nome de Portugal no mundo, em particular no Rio e em São Paulo. O fundamental é que saibamos aprender com os sucessos do passado para em conjunto construir novas oportunidades de afirmação da cultura e da língua portuguesa que Brasil e Portugal podem fazer em conjunto na Europa e em África”, afirma o ministro português.
Para este membro do governo luso, as Câmaras Portuguesas são “a primeira frente de divulgação das nossas empresas e dos empresários portugueses. São para nós passos de afirmação da nossa economia”.
Miguel Relvas revela que há vontade por parte do governo dos dois países em promover essa união entre Brasil e Portugal.
“Temos acima de tudo uma grande ambição, uma nova esperança de consolidar desenvolvimento para melhorar a qualidade de vida dos nossos povos, para continuarmos a transmitir pelo mundo uma mensagem de paz e força cultural”, diz Miguel Relvas.
O cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro, António Almeida Lima, conta que há um elo permanente entre a Câmara e o Consulado. “Partilhamos contatos e entreajuda a empresários portugueses ou brasileiros que queiram negociar com Portugal e há sempre uma comunicação entre as duas entidades”, sublinha o cônsul.
António Almeida Lima elucida que “o Rio é, por excelência, a cidade portuguesa do Brasil e o fato de estarmos a comemorar esse centenário com a presença de membros do governo português simboliza a importância e o prestígio que o governo luso atribui a esta comemoração que é um símbolo forte de presença portuguesa no Rio, na área empresarial”. Este diplomata diz ainda que “esse centenário significa realmente que, do ponto de vista histórico, a presença da colônia portuguesa no Rio teve no passado uma enorme força”.
Por sua vez, o deputado Carlos Páscoa, que representa as comunidades portuguesas fora da Europa, afirma que essa comemoração acontece num momento importante para Portugal, que “precisa expandir os seus negócios e necessita de parcerias e de ampliar a sua economia”.
“Esta comemoração está dando um sinal de que o caminho que Portugal tem que percorrer é em direção às comunidades, onde temos um manancial enorme de potenciais investidores, empresários com capital disponível, coisas que Portugal necessita mais que ninguém. As Câmaras de Comércio foram relevadas para segundo plano pelos governos anteriores. Elas têm que ser incluídas na agenda da diplomacia econômica do novo governo e este evento tem que ser visto como exemplo para isso”, opina Carlos Páscoa. Para finalizar, o deputado diz estar convicto de que “as Câmaras de Comércio Portuguesas devem ser um dos instrumentos do governo português para expandir a sua economia e as suas exportações”.

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1 Comment

  1. E necessário mobilização sem barreiras,não se pode prestigiar ações que menospreze a História de Portugal em especial no trato com a Primeira Feitoria do Portuguesa do Brasil,ou seja o primeiro Porto Comercial,o ponto de partida para sermos o que somos, hoje está potencia mundial economica, cultural e turistica, preservar a memória de portugal é não se deixar enga
    nar por ofertas passageiras,a exemplo da Festa Portuguesa em Cabo Frio,em que os imigrantes e portugueses, são convidados para participarem da Festa, mas polo visto não sabem o siguinificado da entrega da Comenda Feitoria do Brasil, em homenagem equivocadamente ao Caixeiro viajante Américo Vespúcio, como fundador da Primeira Feitoria Portuguesa do Brasil.Em detrimento dos verdadeiros herois portugueses, a exemplo do Capitão General Português Duardo Duarte Panheco Pereira,onde se registra o sítio histórico na Macro Região Histórica Portuguesa de Cabo Frio em 1503 a 1516,Gonçalo Coelho,Terras do Brasil.
    Uma vez já esta comprovado não existir feitos de Américo Vespúcio em Cabo Frio.Convocação aos Brasileiros e Portuqueses para corrigir este equívoco da maior importância para o “Brasil Portugal Em Uma Só Patria Uma Só Nação Histórica. Que venham os eruditos Jorge Couto e José Manoel Garcia e outros,e elucidem com a verdade,doa a quem doer.

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