O endividamento do setor não financeiro aumentou 973 milhões de euros em novembro face ao mês anterior, para 811.456 milhões de euros, informou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).
Em termos homólogos, face a novembro de 2023, o endividamento do setor não financeiro (que integra administrações públicas, empresas e particulares) subiu 2.708 milhões de euros.
Do endividamento total em novembro, 453.400 milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 358.000 milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas).
De acordo com o banco central, o endividamento do setor público subiu 700 milhões de euros em cadeia, tendo-se este acréscimo verificado “sobretudo junto das administrações públicas (+1.200 milhões de euros) e do exterior (+300 milhões de euros).
Pelo contrário, o endividamento do setor público junto do setor financeiro diminuiu 900 milhões de euros, devido, principalmente, ao desinvestimento em títulos de dívida pública pelos bancos.
Já no setor privado, o endividamento aumentou 300 milhões de euros.
Se o endividamento dos particulares cresceu 600 milhões de euros, essencialmente junto dos bancos, por via do crédito à habitação, em sentido inverso, o endividamento das empresas privadas diminuiu 300 milhões de euros, refletindo sobretudo uma redução perante o exterior (-700 milhões de euros), parcialmente compensada por um acréscimo junto do setor financeiro.
Em termos homólogos, em novembro de 2024 face ao mesmo mês de 2023, o endividamento das empresas privadas cresceu 0,6%, enquanto, em outubro, tinha aumentado 1,1%.
O endividamento dos particulares cresceu 3,2%, valor superior ao verificado em outubro (2,8%), mantendo assim a tendência de crescimento observada nos últimos 13 meses.
Europa
A dívida pública recuou, no terceiro trimestre de 2024, para os 88,2% do PIB na zona euro e avançou para os 81,6% na União Europeia (UE), segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
Portugal registou, entre os 27 Estados-membros, o maior recuo em cadeia da dívida pública (3,2 pontos percetuais — p.p.) e o segundo maior na variação homóloga (-8,8 p.p.), para os 97,5% do PIB.
No final do terceiro trimestre de 2024, o rácio da dívida bruta das administrações públicas em relação ao PIB na área do euro situava-se em 88,2%, ligeiramente abaixo dos 88,4% do mesmo período de 2023 e estável face ao anterior.
Na UE, o indicador teve uma ligeira subida homóloga de 81,5% para os 81,6% do PIB, um valor também estável na variação trimestral.
A Grécia (158,2% do PIB), a Itália (136,3%) e a França (113,8%) apresentaram as maiores dívidas em função do PIB.
As menores dívidas públicas foram observadas, de acordo com o serviço estatístico da UE, na Estónia (24%), Bulgária (24,6%) e Luxemburgo (26,6%).