Secretário Executivo da CPLP pede calma após morte do ex-presidente da Guiné-Bissau

Da Redação
Com Lusa

Flag_of_Guinea-Bissau.svgO secretário executivo da CPLP apelou aos guineenses que mantenham a calma após a morte do ex-presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá e que vão a votos “com a consciência tranquila e o dever cumprido”.

“Encorajamos os guineenses a manterem a calma e irem a votos com a consciência tranquila e dever cumprido”, disse Murade Murargy à Lusa após receber na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, o ministro da saúde de Moçambique, Alexandre Jaime Manguele, em 04 de abril.

Lamentando a morte do ex-chefe de Estado guineense, Murargy reiterou que “o povo guineense tem de manter a calma para levar a cabo este processo eleitoral de forma muito civilizada e ordeira”.

“Ele era uma peça importante no processo, se estivesse vivo havia de manter a mesma serenidade” dos restantes atores políticos da Guiné-Bissau, afirmou.

A Guiné-Bissau vive um período de campanha eleitoral com vista às eleições gerais de 13 de abril, sucessivas adiadas desde o ano passado, que será o primeiro ato eleitoral desde o golpe de Estado de abril de 2012.

O ex-Presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá morreu neste dia 04, aos 61 anos, devido a problemas de saúde. O corpo encontra-se na morgue do hospital militar de Bissau, vigiado por militares.

De etnia balanta, o político guineense fundou o Partido da Renovação Social em 1992, a segunda maior força política do país, e foi Presidente da República entre 2000 e 2003, tendo sido deposto por um golpe militar.

Kumba Ialá, que fez 61 anos a 15 de março de 2014, renunciou à vida ativa política a 01 de janeiro deste ano, alegando “haver um tempo para tudo”, decidindo apoiar o candidato independente às presidenciais Nuno Nabian.

ONU
O Conselho de Segurança das Nações Unidas considera que as eleições na Guiné-Bissau estão “no bom caminho” mas ameaçou com sanções para quem interfira no escrutínio, em particular os militares.

Numa nota de imprensa, o Conselho de Segurança “lembrou a sua prontidão em considerar novas medidas, caso sejam necessárias, incluindo sanções específicas para indivíduos civis e militares que enfraqueçam os esforços para restabelecer a ordem constitucional”.

“Uma grande preocupação é saber se os militares, em particular o general António Indjai, se vai abster de interferir” no processo eleitoral, refere uma nota de imprensa enviada à Lusa, depois de uma reunião do Conselho de Segurança com o vice-secretário geral para os assuntos políticos, Jeffrey Feltman.

O atual chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, é procurado pelas autoridades dos Estados Unidos da América (EUA) por alegado envolvimento em tráfico de drogas internacional.

O general refuta as acusações que surgiram depois de, a 4 de abril de 2013, uma brigada de combate ao tráfico de droga dos EUA ter capturado Bubo Na Tchuto, antigo chefe da marinha guineense, acusando-o de tráfico de estupefacientes.

Segundo as informações prestadas aos membros do Conselho de Segurança, o general tem assegurado que vai garantir a realização das eleições, mas, de acordo com a avaliação da própria ONU, há indicações de que “ele está ansioso com a possibilidade de o PAIGC vencer” o escrutínio.

Os membros do Conselho de Segurança mostraram-se também preocupados com alguns casos de violência política nas últimas semanas, nomeadamente com o espancamento de um candidato a deputado em instalações militares.

Pedindo que todos os atores nacionais “atuem segundo a lei e as normas internacionais durante a eleição e os períodos de transição”, a nota refere que “o levantar de restrições internacionais e o apoio e assistência internacional” dependem do sucesso das eleições.

O recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau ficou concluído em fevereiro, com o registo de 775,508 eleitores, cerca de 95% do universo potencial de eleitores.

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