Ramos Horta diz que eleições na Guiné-Bissau foram tranquilas

Da Redação
Com agencias

Guine-BissauO representante do secretário-geral da ONU para a Guiné Bissau, José Ramos Horta afirmou que o segundo turno das eleições presidenciais transcorreu sem problemas no domingo 18 de maio.
De Bissau, a capital do país, em entrevista à Rádio ONU, o ex-presidente do Timor Leste e prêmio Nobel da Paz afirmou que o comparecimento dos eleitores foi um pouco menor do que na primeira fase, no mês passado.
” Eu, pessoalmente, representante do secretário-geral partilhando a opinião de todos os outros observadores estou satisfeitíssimo com este processo. Até agora, em que a contagem está a decorrer, não tem havido qualquer incidente.”
Ramos Horta falou também sobre a expectativa do próximo presidente da Guiné-Bissau para lidar com as divergências internas.
“Importante é que o líder eleito seja um homem prudente, sensato, sensível, inteligente, com experiência e que possa fazer a gestão correta de todas essas forças diferentes ou facções que existem no seu partido para que ele possa governar. Esta é a realidade da vida, a realidade da política. Quem quer ser líder tem que saber gerenciar bem as diferenças e conflitos que existem no seio do seu partido político, no seio da sociedade e no seio do país.”
O ex- presidente de Moçambique e chefe da missão de observadores da União Africana na Guiné-Bissau considerou que o segundo turno das eleições presidenciais no país ocorreu num “ambiente pacífico e ordeiro.”
Falando à Rádio ONU, também de Bissau, Joaquim Chissano disse que o “grau de profissionalismo foi mais alto do que no primeiro turno”.
“A contagem dos votos foi feita à luz do dia, com uma boa participação de todos os intervenientes. Os delegados dos candidatos estavam presentes e todas as dúvidas sobre a situação de um voto ou de outro foram resolvidas, por consenso ou unanimidade, mesmo pelos presentes entre os oficiais eleitorais e os agentes dos candidatos”, ressaltou.
Espera-se que os resultados do segundo turno das eleições na Guiné-Bissau sejam divulgados nesta terça-feira.

Incidentes
Mas a equipe de observadores eleitorais da União Europeia na Guiné-Bissau registrou dois incidentes com dirigentes políticos ocorridos durante a madrugada, horas antes do início da votação para a segunda volta das eleições presidenciais.
“Temos informação dos nossos observadores em Bafatá sobre um caso de violência física contra um apoiante de um dos candidatos” e um outro relato sobre “um incidente em Bissau” contra o responsável de uma campanha, disse à agência Lusa, Krzystof Lisek, chefe da missão de observação da UE.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) já tinha denunciado agressões e ações de intimidação contra os seus dirigentes em todo o país, especialmente em Bafatá, como forma de limitar a participação nas eleições.
José Mário Vaz, candidato presidencial apoiado por aquela força política, e Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC e próximo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, relataram os casos em que se inclui uma tentativa de assalto à casa de Baciro Djá, diretor nacional da campanha presidencial.
“Registramos [os incidentes], mas não nos compete investigar, isso é trabalho de polícia”, referiu Krzystof Lisek. “De uma forma geral está tudo calmo, não há problemas de maior, há emoções porque é a votação final só com dois candidatos, mas mesmo entre apoiantes dos dois candidatos há uma boa atmosfera e competição amigável”, acrescentou.

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