Mensagens no Dia Mundial de Língua Portuguesa destacam crescimento do idioma

Mundo Lusíada com agencias

As Nações Unidas estimam que até o fim deste século haverá 500 milhões de falantes da língua portuguesa. O número pode mudar, uma vez que 260 milhões já se comunicam através do idioma em quatro continentes.

Na celebração deste 5 de maio, Dia Mundial de Língua Portuguesa, o lema da comemoração é “Cultura, Língua, Economia, Ciência e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável”.

Ao proclamar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, em 2019, a Unesco reconheceu o papel e a contribuição do idioma para a preservação e disseminação da civilização e da cultura humanas.

A língua é a mais falada do Hemisfério Sul, oficial em três organizações regionais incluindo a União Africana, e na Conferência Geral da Unesco.

A mensagem do secretário-geral da ONU para a data enfatiza a força e o crescimento da comunidade de falantes do português. António Guterres reafirma ainda que diante de desafios globais, deve haver solidariedade e cooperação entre países e povos.

O líder das Nações Unidas elogia a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, pelas pontes criadas nesse sentido. Ele destaca o bicentenário da independência do Brasil, um dos países fundadores da ONU.

O secretário executivo da Cplp, Zacarias da Costa, disse que a data ressalta a reafirmação e valorização internacional do português.

“A língua portuguesa é a matriz identitária. O elemento de união entre os nove Estados-membros. Um meio através do qual os nossos países constroem em conjunto um espaço político, social, cultural e econômico em nome do bem-estar comum. É através do nosso idioma que os Estados-membros promovem entre si a amizade, a concertação político-diplomática e a cooperação em todos os domínios”.

Já João Ribeiro de Almeida, o presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, festeja o retorno da celebração após dois anos de pandemia.

Para o Camões e Portugal, a língua materna é também um ativo global. O secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros e Cooperação do país, Francisco André, vê uma ocasião para se refletir na partilha dos laços, da história, da cultura e impulsionar o desenvolvimento na Cplp.

“É uma língua de criação de cultura. Nós não nos podemos esquecer que o português em que José Saramago escreveu, Chico Buarque canta, em que Cesária Évora cantou, em que continua a escrever Mia Couto e, ainda hoje, ouvimos entrar por nossas casas e para os nossos rádios, porque é a língua também que Matias Damásio canta, por exemplo. É uma língua muito importante em termos culturais e desenvolvimento. Não podemos esquecer que o português é a quinta língua mais falada do mundo.”

“Este dia é também para reafirmar a língua portuguesa enquanto um grande ativo global de cultura, de economia, de desenvolvimento, de democracia, de paz também e de ciência. Temos que fazer com que a língua portuguesa seja cada vez mais uma língua de ciência, de investigação e de inovação. Por isso o grande investimento que o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua faz no ensino superior do português nas nossas redes externas que estão ao serviço da divulgação e internacionalização da língua portuguesa.”

Em Portugal, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou que as línguas necessitam de políticas que as promovam e defendam no âmbito do ensino, cooperação e cultura.

“Sabemos que existem portugueses e luso-falantes em virtualmente todas as partidas do mundo. E que hoje, além da emigração tradicional, há muitos jovens a estudar no estrangeiro, empresários que os negócios levam a diversas paragens, artistas com carreira internacional. Tal como há imigrantes, em especial refugiados, cuja integração também se faz por intermédio da língua”.

Também a mensagem do Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, marca Dia Mundial da Língua Portuguesa como data consagrada pela UNESCO e celebrada nos quatro cantos do mundo.

Como os últimos dois anos foram marcados pela pandemia de Covid-19, as comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa serão retomadas de forma presencial na noite desta quinta-feira, com um concerto especial no Museu do Teatro e da Dança, em Lisboa.

A organização é do Instituto Camões, em parceria com o Arte Institute, e contará com a cantora moçambicana Selma Uamuse e dos músicos Luiz Caracol, de Portugal, Ruca Rebordão, de Angola, Fred Martins, do Brasil e Rolando Semedo, de Cabo Verde.

Este ano, Nova Iorque acolhe um evento virtual com o apoio da ONU News onde discursa a subsecretária-geral das Nações Unidas para Comunicação Global.

Na CPLP, o Dia da Língua é liderado por Angola, que ocupa a presidência rotativa da organização. A embaixadora do país, Maria de Jesus Ferreira, disse que o português tem sempre um espaço destacado na entidade.

“É o veículo principal que se usa para comunicar e desenvolver as relações entre as instituições, os governos e as comunidades. Independentemente de acordos e aquilo que tenha sido decidido pelos governos, os povos desta comunidade sempre se comunicam e continuam a comunicar-se usando este veículo: a língua portuguesa.”

A ONU marca o Dia Mundial da Língua Portuguesa com celebrações lideradas pela Unesco, e incluem uma homenagem aos escritores José Craveirinha, Agostinho Neto, Lima Barreto e José Saramago, cujo centenário também é celebrado. A abertura do Concerto de Gala na sede da Unesco, em Paris, será feita pela cantora moçambicana, Assa Matusse, que se apresentará com o Quarteto de São Paulo, do Brasil.

Em todo o mundo, eventos marcam o 5 de maio em Estados-membros, observadores e organizações da sociedade civil associados à CPLP.

Do Brasil, Embaixador Ronaldo Costa Filho falou no aumento do interesse pela língua portuguesa.


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