Presidente: Propostas para emigrantes voltarem são bem vindas “venham de onde vierem”

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente português afirmou que propostas para criar condições para os emigrantes portugueses regressarem ao seu país são bem-vindas, “venham de onde vierem”.

Escusando-se a comentar o anúncio do secretário-geral do PS e primeiro-ministro António Costa de incentivos para os portugueses que emigraram durante a crise financeira regressarem ao país, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que esta é “uma preocupação nacional, várias vezes declarada por muitos de todos os quadrantes” político-partidários.

“Tudo o que for feito – venha de onde vier – é bem-vindo” para não se esquecer “os que estão lá fora, mas por outro lado criar condições para os que queiram voltar voltem”, afirmou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas em Castanheira de Pera, quis ainda deixar uma palavra de agradecimento aos emigrantes que nesta altura começam a partir para os países onde vivem.

“Quero agradecer o que eles estão a fazer, criando Portugais fora de Portugal. Estão a fazer com alegria, com determinação, muito ligados à pátria comum, mesmo quando a sua vida é uma vida difícil”, disse.

Entre segunda-feira e quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa está de “férias” pelos concelhos mais afetados pelo grande incêndio de Pedrógão Grande, que ocorreu em junho de 2017.

Na segunda-feira, deu um mergulho numa praia fluvial de Penela e provou vários queijos em Rabaçal. Já terça, experimentou as ondas artificiais da Praia das Rocas, na Castanheira de Pera, sempre rodeado de pessoas a pedir ‘selfies’, beijinhos e abraços.

Oposição

Também o PCP teceu críticas a fala do Primeiro-Ministro, o secretário-geral do partido apontou a falta de emprego e de “salários justos” como as causas da emigração, rejeitando que tenha sido o nível do IRS a forçar os portugueses a sair do país.

“Aqueles que partiram forçados durante quatro anos, particularmente os jovens, que foram massacrados nos seus direitos, nos seus salários, nos seus vínculos, tiveram que rumar ao estrangeiro, mas não foi por causa do nível do IRS, foi por razões de falta de emprego, por falta de salários justos”, disse à agência Lusa Jerónimo de Sousa, durante uma visita às Festas de Corroios, no Seixal.

Para Jerónimo de Sousa os emigrantes não vão regressar “só por uma questão de IRS”, mas por “garantias de emprego, melhores salários e melhores direitos de combate à precariedade”.

No sábado, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Orçamento de Estado para 2019 terá “incentivos fortes” para fazer regressar a Portugal quem emigrou de 2011 a 2015, desde benefícios fiscais a deduções dos custos do regresso.

“No próximo Orçamento do Estado iremos propor que todos aqueles que queiram regressar […] fiquem durante três a cinco anos a pagar metade da taxa do IRS que pagariam e podendo deduzir integralmente os custos da reinstalação”, disse António Costa.

O dirigente sublinhou ainda que “aqueles que cá ficaram não podem ser penalizados só porque cá ficaram no seu país”. O líder comunista abordou também a questão do Orçamento para a Cultura que, segundo António Costa, será o “maior de sempre”.

“Os trabalhadores da cultura, das artes, reivindicam pelo menos um por cento do Orçamento para que possam cumprir a sua missão de valorização da nossa cultura e é por isso que o anúncio de António Costa tem significado, resta saber se esse avanço é suficiente para dar resposta aos problemas da nossa cultura”, considerou.

“Da nossa parte vamos lutar para que este Orçamento corresponda a um avanço, tendo em conta aquilo que são os anseios de todos aqueles que fazem parte da cultura, do patrimônio e da arte”, garantiu.

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