O futuro do Arouca ameaçado

Mundo Lusíada

Joaquim Dias, Alberto Lourenço, Antonio Mina, e Joaquim na cozinha da entidade.

 

Vice-presidente do clube, Antonio Soares Gomes, é empresário e um dos sócios da empresa Leograf, e falou ao Mundo Lusíada sobre uma preocupação que ronda não só esta como muitas outras entidades luso-brasileiras, e até em outras comunidades na diáspora. A continuidade das entidades portuguesas.

“O futuro do Arouca, eu penso, que vai ser um futuro como de todas as associações luso-brasileiras. Já é nato do português não conseguir passar nada a terceiros. Eles idealizam tudo, fazem tudo e criam tudo, mas não conseguem passar nada adiante. E a nossa agremiação não é exceção. Não conseguimos passar isso a ninguém, então no meu entender, o futuro do Arouca será o mesmo futuro dessas agremiações portuguesas todas” diz o vice-presidente, citando que este “jeito português” já foi tema de estudo da Unesco. “Mas isso já é inato deles, não dá para mudar algo que está na raiz. Já foi estudo da Unesco porquê o português idealiza tudo e não passa nada a ninguém. Eu não consigo entender”.

De acordo com ele, muitas associações ainda existem em São Paulo mas “a maioria já deixou de existir e se existem é apenas no nome, não tem mais atividade e aquela dimensão” relata.

O vice acredita que o Arouca chegará neste mesmo fim. “O Arouca precisaria de gente nova, mas como nós portugueses não temos este dom de passar nada a terceiros, não passamos adiante. E vai morrer com nós. Vai ser assim, infelizmente”.

Apesar desta preocupação, ele afirma que o clube tem grande reconhecimento na comunidade, entre as associações com maior evidência em São Paulo. “Mas eu não vejo nenhum futuro para o clube, ainda se fala muito no Arouca, mas não vejo um futuro próspero. Vai ser como o final de todas as agremiações luso-brasileiras, acabar”.

A partir de maio, o atual presidente não estará mais a frente do clube. Para Antonio Mina, ele pretende ficar no Arouca para a próxima gestão, como esteve durante 30 anos. “Se eu puder vir sim, mas não com uma responsabilidade de ter que estar” afirmou.

A diretoria e conselheiros do clube somam mais de 80 pessoas. “Se todos contribuíssem com um pouquinho, não precisava grande coisa. E até prestigiassem para que sentíssemos mais valorizado, ver que está valendo a pena. Mas nem todos vem e participam” desabafa.

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