10 Junho: Presidente enaltece os “muitos Portugais” que não podem ser discriminados

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, teceu elogios neste 10 de Junho aos “muitos Portugais” que garantem “riqueza” ao país e frisou que não pode ser tolerada discriminação nesta diversidade identitária.

No discurso do 10 de Junho, nos Açores, o chefe de Estado valorizou “um só Portugal” que existe, mas que é “feito de muitos Portugais, que podem e devem ser diversos”.

“Não toleraremos que [os vários Portugais] sejam discriminados naquilo que de essencial assinala o estatuto da nossa cidadania cívica, econômica, social e cultural”, sublinhou.

As comemorações do Dia de Portugal, que se iniciaram no sábado, em Ponta Delgada, nos Açores, estendendo-se a Boston e Providence, nos Estados Unidos da América, ao final do dia e segunda-feira.

A habitual Cerimônia Militar, que decorreu no centro da maior cidade açoriana, contou com a participação de mais de mil militares dos três ramos das Forças Armadas.

Autonomia dos Açores

O chefe do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, considerou que o discurso do 10 de junho do Presidente da República, em Ponta Delgada, “prestigiou e dignificou a Autonomia e os Açores”.

“Acho que foi um discurso que também prestigiou e dignificou a nossa autonomia e os Açores”, disse Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas, comentando a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa nas cerimônias do Dia de Portugal.

O presidente do Governo açoriano sublinhou também que o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa destacou a questão da “relação entre a Autonomia e o todo nacional”.

“Coloca aquilo que temos no fundo salientando ao longo do tempo que é exatamente esta relação entre a Autonomia e o todo nacional e a forma como aqui nos Açores essa autonomia serve também interesses do próprio Estado e, portanto, acho que foi um discurso que também prestigiou e dignificou a nossa autonomia e os Açores”, salientou.

Coerência

O deputado do CDS-PP Telmo Correia considerou que o Presidente foi “coerente” com o que tem dito, reagindo ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do 10 de Junho.

“Só temos de sublinhar que o Presidente da República é coerente com aquilo que sempre tem dito e tem defendido. É uma questão que a nós não nos diz diretamente respeito. Nós fazemos o nosso papel enquanto partido da oposição e partido crítico deste modelo de governação”, adiantou, em declarações à Lusa.

“O nosso peso e a nossa importância europeia tem muito a ver com a nossa dimensão atlântica e, portanto, fazer nos Açores, que são grande parte da nossa dimensão atlântica e da nossa projeção atlântica, seguido, ainda por cima, junto da comunidade portuguesa, à semelhança do que foi feito no ano passado no Brasil, parece-nos da maior relevância”, salientou.

Discurso de Circunstância

Já o PCP classificou de “discurso de circunstância” a intervenção do Presidente da República, lamentando que Marcelo Rebelo de Sousa não tenha abordado “preocupações centrais” do país.

“Foi um discurso muito geral, sem abordar questões em concreto. Um discurso de circunstância”, afirmou o dirigente do PCP nos Açores, Vítor Silva, que representou o secretario-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que não esteve presente nas cerimônias oficiais na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente regional do PCP registrou como “positivo” o fato de o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas ter sido celebrado nos Açores, mas afirmou que, no seu discurso, o Presidente da República, “não referiu questões mais concretas” que o PCP “gostaria” que fossem abordadas.

“Existem preocupações que consideramos centrais no momento atual, nomeadamente aquilo que são as imposições da União Europeia e que põem em causa a própria soberania nacional”, apontou, referindo-se também aos “cortes nos rendimentos e à situação social que se vive no país”.

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