Começa a Jornada Mundial da Juventude: Mais de um milhão de pessoas esperadas a partir de hoje em Lisboa

Brasileiro no Parque Eduardo VII, na Abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no palco Colina do Encontro, centro de Lisboa, Portugal, 29 de julho de 2023. MIGUEL A. LOPESLUSA

Mundo Lusíada com Lusa

“Lisboa e as cidades vizinhas estão prontas para vos receber e partilhar convosco o melhor que têm, que é a hospitalidade dos seus habitantes. Sintam-se verdadeiramente em casa! Sobretudo nesta grande casa que a Igreja de Cristo tem de ser, com a porta aberta a todos. Se todos cabem no coração de Deus, também devem caber no nosso e assim será de fato”. É com esta mensagem que o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, deu boas-vindas aos participantes da Jornada Mundial da Juventude, em Portugal.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas a partir de hoje em Lisboa, e o Papa deve chegar a capital na quarta-feira. “Tudo foi preparado para que estes dias, em torno do Papa Francisco, nos façam mais próximos e solidários, uns com os outros e para o mundo inteiro, que precisa de rejuvenescer também”, acrescentou o cardeal patriarca de Lisboa, que irá celebrar a missa de abertura da jornada, no Parque Eduardo VII.

Quanto à mensagem que espera que o Papa Francisco deixe aos muitos milhares de jovens de todo o mundo reunidos em Lisboa, Manuel Clemente acredita que “continuará a ser a que já tem dado, em sucessivas intervenções sobre esta JMJ”, ou seja, que “conta com a contribuição dos jovens para a (re)construção de um mundo que precisa de rejuvenescer, mais solidário, mais justo, mais pacífico e mais respeitador de uma ecologia integral, que tanto salvaguarde o meio ambiente como a vida humana, com o que esta requer de satisfação das necessidades básicas de cada um”.

“Certamente que, para tudo isto, não deixará de salientar o exemplo do próprio Cristo e a aspiração latente em todos os povos, culturas e religiões”, sublinha salvaguardando que, na mensagem que ele próprio vai transmitir aos jovens nesta terça-feira, na missa de abertura, não antecipará “o principal, que só o Papa dirá depois aos jovens, como primeiro protagonista desta Jornada” disse em entrevista a agencia Lusa.

“Além das boas-vindas a todos, fixo-me nos três pontos do tema da JMJ, tirados do Evangelho da Visitação de Maria a Isabel: ‘Maria pôs-se a caminho, dirigiu-se apressadamente para a montanha, entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel’”, admite. Segundo o patriarca, “também os jovens se puseram a caminho para aqui chegarem, percorrendo uma etapa que, mesmo com esforço, significa a própria vida, como série de etapas a percorrer. E a percorrer realmente, não virtualmente”.

“Direi que também eles sentem pressa e urgência para o encontro com os outros, uma ‘pressa no ar’ como canta o hino da JMJ, pois quem tem o coração cheio rapidamente transborda, com alegria e sem ansiedade. É o que trazem e o que levarão acrescentado. Sobre o terceiro, digo que se trata dum encontro verdadeiro, uma mútua visitação, como sempre deve acontecer na vida”, acrescenta.

Peregrinos

Até esta terça-feira, entre 190 a 200 mil peregrinos já terão feito ‘check-in’ em Lisboa, mas segundo a organização, os jovens continuam a chegar durante todo o dia. Da comunidade lusófona chegam a Lisboa 752 jovens de Angola, 312 de Moçambique, 122 da Guiné-Bissau, 940 de Cabo Verde, 512 de São Tomé e Príncipe, 62 de Timor-Leste e 5.826 do Brasil.

Jorge Messias, diretor de logística do Comité Organizador Local, referiu que este acolhimento de centenas de milhares de peregrinos só é possível com a colaboração “de até 25.000 voluntários”, identificados com uma camiseta amarela.  Segundo os últimos números divulgados pela organização da JMJ Lisboa 2023, estão inscritos mais de 354 mil peregrinos de todos os países, destes, 77.224 são espanhóis, 59.469 são italianos e 43.742 são portugueses.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto deste ano, com as principais cerimônias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Segundo o diretor, os peregrinos estão a ser acolhidos em 1.626 espaços públicos, que permitem alojar 94.151 jovens, e em 8.831 famílias de acolhimento, que abriram as portas a 28.618 inscritos.

Nesta jornada de jovens há também a componente religiosa e, por isso, a base de dados da organização conta já com a inscrição de 688 bispos, dos quais 30 são cardeais.

Já quanto a jornalistas, referiu, “estão registados 5.000, até ao momento”, para a cobertura noticiosa do maior evento da Igreja Católica.

A base de dados da organização tem também o registo de 1.800 restaurantes acreditados, “o que dá aproximadamente 2,7 milhões de refeições a garantir durante esta semana” aos peregrinos.

O Papa Francisco tem um encontro na quarta-feira com o Presidente da Assembleia da República, Santos Silva, a anteceder o do primeiro-ministro, António Costa, no âmbito da Jornada.

Segundo o programa entregue aos jornalistas que vão integrar os voos papais, o encontro entre Francisco e Santos Silva, que não constava do programa oficial da JMJ, está previsto para as 16:30, na Nunciatura Apostólica, em Lisboa. Quinze minutos depois, no mesmo local, o Papa encontra-se com o primeiro-ministro.

Após a recepção oficial, em Figo Maduro, realiza-se a cerimônia de boas-vindas, na entrada principal do Palácio de Belém, e, às 11:15, o Papa faz uma visita de cortesia ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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