Caravana divulga uso de biocombustíveis em Portugal

Da Redação

Luís Forra/Lusa Portugal

SAIBA MAIS >> Algafuel que se dedica especificamente à industrialização de biomassa para a produção de biocombustível a partir de óleo de microalgas, como a solução ideal, nesta época em que encontrar alternativas ao petróleo, continua ser urgente, 12 de Maio de 2008.

Duas dezenas de carros movidos por uma porcentagem de biodiesel ou óleo vegetal participaram de um percurso de 300km por Portugal para sensibilizar a comunidade para a utilização de biocombustíveis.

Fritadeiras ambulantes, viaturas vegetarianas, carros ecológicos ou veículos não poluentes são algumas das frases que identificam os automóveis da segunda edição da iniciativa "Portugal de Lés a Lés", organizada pela Associação NovaEnergia.

A travessia ecológica começou no sábado, 10 de maio, em Almeirim (centro de Portugal), seguindo rumo ao Parque de Exposições de Vila Franca de Xira, nas proximidades de Lisboa. O destino seguinte foi Alcácer do Sal, já no Alentejo, local escolhido este ano para o pernoite de 30 a 35 participantes, partindo no domingo para Quarteira, no extremo sul do país.

A passagem da caravana encantou a prefeitura da cidade alentejana de Alcácer do Sal, que no ano passado adquiriu um veículo com motor híbrido já pensando na diminuição da emissão de CO2 para a atmosfera.

"É um veículo leve de passageiros, que nas pequenas deslocações desliga o motor de explosão, funcionando apenas com o elétrico", explicou à Agência Lusa o prefeito Pedro Paredes.

Todos os carros que participam da caravana rodam "com óleo vegetal ou biodiesel", sendo que alguns chegam a utilizar 100% de combustível alternativo, atesta José Maximiano, presidente da NovaEnergia.

A associação faz apologia à utilização das fontes de energia limpas e quer espalhar o conceito por Portugal. Para ajudar na causa, todos os veículos participantes do evento levaram adesivos alusivos à temática.

O intuito da associação é sensibilizar os portugueses para a utilização de óleos usados como combustível. Para José Maximiano, a reutilização é mais benéfica do que o uso do óleo virgem, cujos preços "já ultrapassam o do diesel". "O óleo usado sai mais barato e, fazendo sua reciclagem, já se ajuda o meio ambiente”, destaca.

Apesar de considerar que o aumento do preço do óleo alimentar está ligado ao maior consumo de biocombustíveis, José Maximiano não acredita que a utilização deste recurso esteja relacionada com a crise mundial dos alimentos.

“O que se passa aqui tem a ver com outras causas e com a necessidade de incentivar os agricultores a produzir, apostando na plantação de cereais e oleaginosas”, argumenta.

Na sua opinião, a demanda crescente de cereais para a produção de biocombustíveis “até traz vantagens desse ponto de vista, porque constitui uma oportunidade para gerar produtividade, já que a atividade do agricultor foi um bocado menosprezada no passado".

A associação critica o aparecimento de “uma fileira de defensores” que apontam para os biocombustíveis como “culpados” pela crise alimentar, quando a utilização do recurso "contribui para que estejamos menos dependentes das energias fósseis".

"Esquecem-se que o uso do petróleo está provocando problemas muito mais graves, como as alterações do clima e as guerras provocadas por essa dependência” dos combustíveis fósseis, aponta o presidente da organização. Com Agencia Lusa

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