Acordo incentiva circulação de talentos entre países ibero-americanos

Arquivo/Forum Ibero Americano

Da redação com Agência Senado

Em Brasília, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal aprovou o texto do acordo internacional entre países ibero-americanos que facilita a mobilidade de pesquisadores, empreendedores, técnicos e outros tipos de profissionais (PDL 292/2024). O projeto de decreto legislativo recebeu relatório favorável da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), lido nesta quinta-feira (22) pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e segue para o Plenário.

A Convenção-Quadro para a Promoção da Circulação do Talento no Espaço Ibero-Americano, assinada em Andorra em 2021, pretende facilitar a mobilidade de talentos entre os países signatários, promovendo a transferência de conhecimentos, a produção científica e intelectual e o estímulo à inovação. Além do Brasil, assinam o acordo países como Argentina, México, Cuba e Costa Rica e três nações europeias: Portugal, Espanha e Andorra.

O acordo se aplica a cinco públicos específicos: Recém-formados em ensino superior em programas de estágio; Dirigentes ou técnicos transferidos entre filiais de empresas; Pesquisadores e docentes temporariamente deslocados; Profissionais técnicos qualificados em contratos temporários; Investidores ou empreendedores com projetos de impacto relevante; A operacionalização do tratado se dará por meio de acordos de aplicação negociados entre os estados signatários, que estabelecerão condições comuns de entrada, critérios de qualificação, exigências documentais, duração da permanência e causas de indeferimento de autorizações.

Esses acordos também poderão prever dispositivos para cônjuges e dependentes dos beneficiários. A admissão e atuação dos beneficiários seguirão as legislações locais sobre migração, saúde, segurança e tributação.

A governança do acordo será exercida por duas estruturas principais: o Comitê de Cooperação Administrativa, formado pelos organismos de ligação designados por cada país, e a Conferência de Estados Parte, composta por autoridades governamentais, com encontros periódicos para avaliar a execução da convenção e propor ajustes.

Entre as atribuições do Comitê estão a elaboração de relatórios periódicos, o desenvolvimento de um portal digital informativo e a mediação entre os órgãos nacionais de cada país. De acordo com o relatório, o tratado vai incentivar a mobilidade de talentos entre os países da Comunidade Iberoamericana.

“Estamos certos de que a implementação da convenção poderá contribuir, por exemplo, para a internacionalização das universidades brasileiras, o fortalecimento da ciência e da inovação, e a ampliação de oportunidades para estudantes e profissionais brasileiros no exterior” disse Mourão, citando do parecer de Mara Gabrilli.

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