Acordo entre TAP e família vai permitir embarque de cão de serviço para Lisboa

Tedy aguarda no aeroporto para embarque junto da família. Arquivo pessoal

Da Redação

A TAP chegou a um acordo com a família da criança do espectro autista que aguarda há mais de um mês o embarque para Lisboa do seu cachorro labrador Tedy, que lhe dá suporte e faz parte da sua terapia.

Segundo avançou o G1, o treinador de cães Ricardo Cazarotte deve embarcar na próxima sexta-feira (30) para Lisboa, acompanhando o cão da pequena Alice de 12 anos. O animal, que foi treinado por Cazarotte por 1 ano e meio para prevenir crises emocionais graves na menina, vai viajar ao lado do treinador.

Além do cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas, também o Ministério de Portos e Aeroportos esteve em contato com o médico Renato Sá, pai da menina, e a empresa aérea TAP, para achar uma solução para o caso. O ministro brasileiro, Sílvio Costa Filho, em nome do Governo, informou o pai da criança que estava negociando uma solução com a companhia aérea portuguesa na terça-feira.

A família se mudou para Portugal há um mês e meio, e na altura quando do embarque – no início de abril – houve a primeira recusa da TAP em deixar o cão viajar juntamente com a criança autista. Segundo a família, o labrador Tedy recebeu um treinamento durante dois anos para atender a comandos específicos e, especialmente, ficar até 24 horas em jejum.

“É um cão de assistência. Ele ajuda a família na terapia da Alice, que é uma menina autista com nível 2 para 3 de suporte. E, portanto, ela depende de vários recursos para as tarefas dela do dia a dia. A Alice passou a ser dependente dele, em especial em situação de maior estresse”, explica pai da menina, em entrevista a TV Globo.

No sábado, por duas vezes o cachorro foi impedido de embarcar em voo do Rio de Janeiro, com destino a Lisboa pela companhia. O primeiro voo estava marcado para decolar às 15h40 e foi cancelado. Um segundo voo deveria ter deixado o Galeão às 20h25, mas atrasou e só decolou na madrugada deste domingo (25).

A TAP se recusou a cumprir a decisão judicial que determinava o embarque do animal. Um gerente da empresa chegou a ser autuado pela Polícia Federal por desobediência. Pelo descumprimento, a Justiça do Rio de Janeiro havia marcado uma audiência sobre o caso para semana que vem.

Na altura, a TAP informou à família que não transportaria o cão na cabine e sugeriu que o animal fosse no bagageiro, mas a passageira não concordou. Segundo a família, o cão de assistência não pode ser manipulado por outras pessoas, e não resistiria ao estresse da viagem.

O caso gerou repercussão em Portugal, onde o jornal Correio da Manhã destacou o prejuízo estimado em mais de R$ 3 milhões com o cancelamento do voo Rio – Lisboa.

A mãe da criança, Cíntia Porto, declarou ao jornal Público que “Portugal não tem nada a ver com o que está acontecendo, muito pelo contrário, fomos muito bem recebidos”, afirmou ela.

Também o partido PAN chegou a questionar o ministro das Infraestruturas sobre a recusa da TAP em transportar um cão de assistência da criança com autismo, apesar de uma ordem judicial.

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