São Paulo e Rio de Janeiro aumentam restrições para controlar pandemia

Da Redação

O Governo de São Paulo e a prefeitura do Rio de Janeiro ampliaram nesta quinta-feira as medidas de restrição para controlar a pandemia de covid-19, que provocou mais de 270 mil mortes e 11 milhões de casos confirmados no Brasil.

Com o sistema de saúde em risco de colapso, com aumento da ocupação em todos os hospitais, o estado de São Paulo anunciou a implantação de um toque de recolher entre as 20:00 e as 5:00 a partir de 15 de março.

Além disso, atividades religiosas como missas e cultos não poderão ocorrer presencialmente, campeonatos esportivos foram suspensos e as escolas estaduais não terão aulas, mantendo-se apenas oferta de refeição para alunos mais pobres. As escolas particulares poderão funcionar com 35% da capacidade.

Lojas de material de construção não poderão abrir e estabelecimentos não poderão operar com serviço de entrega presencial, apenas com ‘delivery’ (no destino).

Outra medida anunciada nesta quinta-feira pelo governo paulista é o escalonamento para uso do transporte público pelos trabalhadores de serviços considerados essenciais. A sugestão é que trabalhadores da indústria usem o transporte público das 5h às 7h da manhã. Os demais trabalhadores em serviços essenciais devem usar o transporte público das 7h às 9h e, os do comércio essencial, no período entre as 9h e as 11h.

As novas restrições, que  valem até o dia 30, fazem parte de uma nova fase do Plano São Paulo, criada hoje: a fase emergencial. É uma etapa ainda mais restritiva que a Fase 1-Vermelha, em vigor atualmente no estado. A expectativa do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo é que, com as novas medidas, mais 4 milhões de pessoas sejam adicionadas às restrições já existentes e que a taxa de isolamento supere os 50%.

Em vídeo divulgado pouco antes do início de entrevista nas redes sociais e novamente apresentado na coletiva, o governador João Doria disse saber que as medidas são impopulares, mas ressaltou que precisam ser tomadas neste momento de maior gravidade da pandemia.

“Pessoalmente, estou bastante triste em anunciar o que temos que anunciar antes aqui, mas a nossa prioridade desde março do ano passado foi e continua sendo preservar as pessoas, preservar vidas”, disse o governador de são Paulo, Joao Doria, numa conferência de imprensa.

Durante a coletiva, realizada no início da tarde de hoje, o governo também apresentou imagens de hospitais do estado com ocupação ultrapassando os 95%. E chamou a população para ajudar a diminuir a circulação do vírus pelo estado.

Já o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou um decreto estendendo medidas restritivas anunciadas anteriormente e que já incluem recolher obrigatório, até 22 de março.

O Rio de Janeiro, porém, fez pequenas alterações ao horário de funcionamento de bares e restaurantes, que poderão funcionar até às 21:00.

Na quarta-feira, o Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a barreira das duas mil mortes diárias devido à covid-19 (2.286), um novo recorde pelo segundo dia consecutivo, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

Na terça-feira, o Brasil tinha chegado às 1.972 diárias, o maior registro até então.

A taxa de incidência da doença em território brasileiro aumentou para 129 mortes e 5.330 casos por 100 mil habitantes.

Em São Paulo, o governo tentou aumentar o número de leitos de UTI de 3,5 mil, antes da pandemia, para 9,2 mil neste momento. Porém, não há médicos suficientes para trabalhar em todos esses leitos e, mesmo com a capacidade ampliada, o sistema se encontra perto do colapso, já que a transmissão do vírus, está elevada.

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