Portela lembra na avenida judeus que fugiram de Portugal

Ensaio técnico da Portela na Sapucaí. Reprodução PortelaTV

Da Redação
Com EBC

O desfile de carnaval da Portela este ano traz o enredo De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá . A escola será a segunda a entrar na Marquês de Sapucaí no dia 12, e vai levar para a passarela do samba a “vida incerta de imigrantes” judeus.

A Azul e Branco, localizada no limite entre os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio, vai mostrar a história de judeus que fugiram de perseguição por não poderem praticar a sua religião.

Eles saíram de Portugal e se instalaram na Holanda e depois para o Brasil, mais precisamente para o Recife, na época em que Pernambuco estava sob o governo holandês, no comando de Maurício de Nassau, que tomou o território para explorar as riquezas do local.

Anos depois, com a retomada das terras pelos portugueses, novamente os judeus tiveram que sair: parte foi para a Holanda, uns para o Caribe e outros buscaram um destino mais longe, foram para a região da Nova Amsterdã, que mais tarde passou a se chamar Nova York.

“Anos e anos depois, Portugal reconquistou a linda terra nordestina, e sem dó logo expulsou os judeus de triste sina, que se dividiram em três e de lá partiram de vez” canta o samba enredo da escola.

“O enredo tem uma parte que é no Recife, que é o Recife holandês, tem uma parte que é a viagem – quando são expulsos – e tem uma parte quando eles chegam para fundar outra colônia em Nova York, que era também um empório da Companhia das Índias”, adiantou.

Alegorias marcantes foram realizadas pela carnavalesca para contar essa história. A da cidade nordestina é representada pelas casas coloridas do centro histórico, onde foi inaugurada a Kahal Zur Israel, primeira sinagoga das Américas.

A parte da viagem vem representada por uma enorme embarcação, com detalhes de piratas, para lembrar que os judeus sofreram ataques durante o trajeto. A cidade de Nova York vem caracterizada com um símbolo da cidade que é a Estátua da Liberdade.

As restrições orçamentárias impactaram o andamento dos trabalhos deste ano. O enredo de 2018 não contou com patrocínio privado e os recursos municipais foram reduzidos à metade.

Em compensação, os componentes da escola vão para a passarela com o que têm de melhor e com a expectativa de serem campeões novamente. No ano passado, a Portela dividiu o título com a Mocidade Independente de Padre Miguel, da zona oeste, mas agora, quer exclusividade no campeonato. “O componente da Portela é muito decidido. Ele quer ganhar de qualquer modo”, contou a carnavalesca Rosa Magalhães.

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