Mais de 80 detenções e quase 2 mil multas por incumprimento das regras de contenção

Da Redação
Com Lusa

Mais de 80 detenções e quase 2 mil contraordenações por violação das regras de contenção da covid-19 foram feitas pelas forças e serviço de segurança desde julho, segundo o ministro português da Administração Interna.

“As forças e serviços de segurança no âmbito das ações de fiscalização de garantia do cumprimento das medidas que têm vindo a ser tomadas pelo Governo realizaram 82 detenções e procederam à instauração de 1.905 autos de contraordenação por incumprimentos vários”, disse Eduardo Cabrita, especificando que estes são dados entre julho e a passada quinta-feira.

O ministro falava aos jornalistas no final da reunião de Estrutura de Monitorização da Situação de Alerta e de Contingência e no qual foi feito um balanço das forças de segurança.

Segundo o governante, as detenções mais comuns são o consumo de bebidas alcoólicas na via pública e a desobediência.

Eduardo Cabrita, que coordena esta estrutura, avançou também que as infrações mais comuns são o não uso de máscara nos locais obrigatórios, violação das regras dos horários dos estabelecimentos comerciais e do número de pessoas dentro destes locais.

Na reunião foi também feita uma avaliação do mecanismo de controle através da exigência de testes de diagnóstico à covid-19 aos passageiros de voos oriundos de países fora da União Europeia.

O ministro indicou que através deste modelo, que teve início em agosto, foram controlados 363 voos que transportaram 50.125 passageiros, que na maioria chegaram ao aeroporto de Lisboa com os testes de diagnóstico negativos realizados nos países de origem.

De acordo com Eduardo Cabrita, menos de 10% dos passageiros (3.800) chegaram a Portugal sem teste e destes mais de 80% realizaram-no no aeroporto e os restantes foram notificados para o fazer nas 48 horas seguintes, devendo para tal permanecer nas habitações ou locais de estadia até conhecerem os resultados.

Segundo o governante, os passageiros que chegaram a Portugal sem teste eram oriundos dos países africanos de língua portuguesa.

Máscaras não fazem milagres

Também nesta sexta-feira, a diretora-geral da Saúde afirmou que as máscaras são um método que aumenta a proteção, mas “não são milagrosas”, defendendo que para diminuir o contágio de covid-19 é preciso reduzir o convívio, porque existe uma pandemia.

Graça Freitas comentava desta forma, na conferência regular das autoridades de saúde sobre a covid-19, o apelo do presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, para o uso de máscaras nas ruas, além dos espaços fechados, depois do número de infectados no concelho ter “aumentado muito”.

“Há um conjunto de medidas que fazem efeito e as máscaras ajudam essas medidas, são um método de barreira que aumenta a proteção, não são milagrosas, porque se fossem milagrosas era a única medida que nós recomendávamos”, afirmou.

Graça Freitas explicou que não é apenas uma medida que vai impedir que a pessoa contraia ou transmita o vírus. “O contágio é muito fácil e é um feixe de medidas que vai levar a que esse contágio diminua”, nomeadamente “menos contacto entre pessoas, menos confraternização”.

“Temos que dizer claramente que, neste momento, quando vamos ver os surtos” são principalmente famílias, depois situações sociais e laborais.

Por isso, vincou, “as famílias têm que entender que se vivem em casas diferentes, em núcleos diferentes e em bolhas diferentes quando se juntam estão a juntar mundos diferentes e basta uma pessoa infetada”.

Nesse sentido, alertou, “o convívio tem que ser também diminuído, nós estamos numa pandemia”.

Presente na conferência, a ministra da Saúde, Marta Temido, acrescentou que foram tomadas “as medidas necessárias no tempo correto, que é o tempo de evidência (prova), o tempo da consolidação que é o tempo da ponderação”.

“Queremos ser precoces, mas não queremos tomar medidas que sejam desproporcionais e afetar valores que sejam igualmente relevantes e a ponderação dos valores em presença é um dos aspetos mais importantes politicamente, tecnicamente e a quem assume responsabilidades”, sublinhou Marta Temido.

“Não quer dizer que em situações específicas em que se prevê por qualquer motivo um ajuntamento maior de pessoas não possa vir a ser recomendada”, situação diferente “é recomendar o uso universal”, frisou.

Portugal Continental está atualmente em situação de alerta devido à pandemia, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa que está em contingência.

O regime da situação de contingência que vigorava para a Área Metropolitana de Lisboa passa, a partir de 15 de setembro, a aplicar-se a todo o continente.

Em Portugal, morreram 1.855 pessoas dos 62.813 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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