Além de médicos alemães, equipes da França e Luxemburgo chegarão a Portugal

Mundo Lusíada
Com Lusa

A equipe médica alemã, formada por 26 profissionais de saúde, que chegou a Portugal no início de fevereiro para ajudar a combater a pandemia, vai permanecer no país por mais seis semanas, anunciou a ministra da Defesa alemã.

Annegret Kramp-Karrenbauer utilizou a sua conta na rede social Twitter para revelar que a decisão foi tomada em concordância com os ministros portugueses da Defesa, João Gomes Cravinho, e da Saúde, Marta Temido.

“Iremos apoiar Portugal por mais seis semanas. Permanecemos juntos na Europa”, escreveu a ministra, sublinhando que a ajuda que está a ser prestada pelos profissionais de saúde germânicos “é muito apreciada” em Portugal, que enfrenta um período crítico na luta contra a pandemia de covid-19.

A missão alemã, formada por 26 profissionais de saúde (entre os quais seis médicos), que chegou dia 03 de fevereiro a Portugal está a trabalhar no Hospital da Luz, em Lisboa, e trouxe 40 ventiladores móveis e 10 estacionários, 150 bombas de infusão e outras tantas camas hospitalares.

França e Luxemburgo

Na quinta-feira também foi confirmado que Portugal vai receber na próxima semana duas equipes médicas da França e do Luxemburgo, um “importante apoio” no tratamento de doentes de covid-19 em hospitais com elevada pressão de cuidados intensivos.

“O ministério da Saúde aceitou a oferta de ajuda dos governos luxemburguês e francês para apoio ao tratamento de doentes covid-19 em Portugal”, adiantou o gabinete de Marta Temido em comunicado.

Segundo a mesma fonte, a equipe do Luxemburgo, constituída por dois médicos e dois enfermeiros, vai apoiar o serviço de medicina intensiva do Hospital do Espírito Santo de Évora, enquanto o médico e os três profissionais de enfermagem franceses vão trabalhar no Hospital Garcia de Orta, em Almada.

“As equipes deverão chegar na semana de 15 de fevereiro, prevendo-se uma estadia de 15 dias”, referiu o ministério da Saúde, ao salientar que esta ajuda “constitui um apoio importante a dois hospitais que têm vindo ainda a sentir uma elevada pressão ao nível dos cuidados intensivos”.

Ordem lamenta

Neste dia 12, a Ordem dos Médicos considerou que os 140 médicos aposentados que se ofereceram para ajudar no combate à pandemia merecem “mais respeito” e lamentou que a maioria dos quase 5.700 que se disponibilizaram ainda não tenham sido mobilizados.

O bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, teve conhecimento de que o primeiro signatário da carta assinada por 140 médicos, a oferecerem-se como voluntários para ajudar o SNS, o cirurgião Gentil Martins, ter recebido um e-mail a questionar se teria interesse em colaborar com o SNS 24 em serviços de telessaúde.

No e-mail a que a Lusa teve acesso pode ler-se: “o Ministério da Saúde recebeu, através da Ordem dos Médicos, a sua manifestação de interesse em participar de forma voluntária no esforço de resposta à pandemia covid-19, contribuindo assim para reduzir a elevada pressão a que o Serviço Nacional de Saúde está sujeito”.

Neste âmbito, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde referem que se o médico estiver interessado em colaborar no SNS 24, deve preencher um formulário até 20 de fevereiro, ficando numa bolsa de voluntários.

Gentil Martins, 90 anos, disse que se dispôs a ajudar, mas dentro das suas competências e não para uma função para a qual não está preparado. “Eu quero ajudar naquilo em que sou competente, não é ser telefonista, dar conselhos pelo telefone sobre patologias que nem sequer conheço”, disse o cirurgião, que realizou várias operações de separação de gémeos siameses.

Segundo o bastonário, perto de 5.700 médicos que trabalham fora do SNS responderam aos dois apelos da OM, entre março e novembro, para ajudarem no combate à pandemia, mas Miguel Guimarães disse não saber quantos foram aproveitados.

“O fato de o Ministério da Saúde não os ter até agora mobilizado, ou seja, ter aceitado aquilo que foi a oferta que os médicos fizeram, seja como voluntariado ou não, é uma situação no mínimo estranha e que obviamente não honra também a resposta que o país está a dar”, sublinhou.

“Alguns dos médicos têm-se dirigido a mim a lamentar que, apesar de ser terem oferecido para ajudar, o Ministério da Saúde não tenha utilizado, numa fase tão difícil para o país, a sua capacidade da sua área específica”, contou.

“Um país que não consegue organizar as coisas em condições (…) estando nós com falta de pessoas, tendo a senhora ministra da Saúde falado nisso várias vezes, não utilizar os recursos humanos que temos é lamentável”, sublinhou. Por outro lado, rematou, “é oferecida ajuda dos estrangeiros e nós aceitamos”.

Em Portugal, morreram 15.034 pessoas dos 781.223 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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