“Estabelecemos uma ponte humana entre os continentes europeu e americano”, diz presidente Regional dos Açores

Por Vanessa Sene
Especial de Ponta Delgada, nos Açores para o Mundo Lusíada

Durante jantar no Pavilhão Atlântico esteve o diretor do METROPOLIS, Howard Duncan, o presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. Carlos César, a diretora da direção regional das comunidades, Graça Castanho, e o membro do Gov. dos Açores, André Bradford.

O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, recebeu todos os participantes da Confêrencia Metrópolis num jantar no Pavilhão Atlântico, ponto turístico em São Miguel, para marcar o encerramento da semana de trabalhos com representantes de diversos países, nesta 16ª edição do evento em Ponta Delgada.
Em entrevista ao Mundo Lusíada, o presidente comentou sobre a dimensão do evento para a região dos Açores. “É muito importante o que se passou. A organização do Metrópolis tem grande prestígio internacional, e trouxe um número recorde de participantes para a Conferência, que encontraram aqui um cenário natural. Estabelecemos uma ponte humana entre os continentes europeu e americano, temos emigrados no Brasil, nos Estados Unidos, e no Canadá, somos um ponto estratégico no Oceano Atlântico” diz o presidente justificando o tema ao local.
“Esta conferência que trata justamente destas movimentações humanas podendo ter lugar nos Açores, para nós foi um grande motivo de orgulho e grande oportunidade de mostrar Açores ao mundo com tantos países aqui representados” afirmou ao Mundo Lusíada.
Diversos acadêmicos, pesquisadores, representantes de associações e instituições em países dos mais diferenciados como Canadá, Estados Unidos, Ucrânia, Brasil e Portugal, Índia, China, Filipinas, Alemanha, Itália e tantos outros, passaram a semana em Ponta Delgada a discutir a questão das Migrações com os mais altos pesquisadores sobre o assunto.
De acordo com a Dra. Graça Gastanho, da Direção Regional das Comunidades, a ilha de São Miguel foi mesmo escolhida propositadamente por apresentar a melhor infra-estrutura, aos olhos dos organizadores internacionais do Metrópolis, para receber tantas pessoas. “Mas estamos a respeitar o modelo e o formato estabelecido que é da responsabilidade dos próprios criadores deste projeto. E é uma grande responsabilidade” diz.
A intenção dos açorianos com a promoção do evento é também entrar no roteiro dos grandes congressos internacionais, como é o caso do Metrópolis, o maior congresso mundial sobre Migrações. “E as reações tem sido muito positivas” afirma citando ser uma oportunidade de “teste da nossa capacidade” com o atendimento nos hotéis e restaurantes da região, que para além dos inscritos no evento recebe muitos outros turistas nas suas ilhas. “Tem sido uma experiência muito importante”.
O jantar de encerramento, na noite de 16 de setembro, foi o ponto de despedida para alguns participantes, ainda que a conferência continuaria no dia seguinte, com uma última sessão plenária, no grande Teatro Micaelense, seguida da apresentação final do evento, com a presença do primeiro-ministro de Cabo Verde.
Saiba mais sobre esta semana nos Açores aqui no Mundo Lusíada Online.

Ilha de São Miguel - Açores. Foto: Mundo Lusíada.

Conhecimento na Comunidade

O governo dos Açores contou com a presença de integrantes de associações açorianas em diversos países, como por exemplo da Casa dos Açores do Rio Grande do Sul, Brasil.
“Desde que entrei para estas funções já tinha na nossa agenda este evento. E em todos os contatos que tenho feito pelo mundo afora, em todas as casas e reuniões que tenho tido, universidades, clubes, paróquias e em todas as festas onde tenho representado o governo dos Açores, tenho sempre falado do Metrópolis. E felizmente, a nossa comunidade correspondeu” citou a Dra. Graça Castanho.
Citando um dos grandes temas da conferência, as migrações nas ilhas, e dos Açores para toda a diáspora, e “como temos comunidades muito fortes e com um grupo vasto de pessoas com uma formação elevadíssima, então juntou-se o útil ao agradável”, diz sobre a participação de componentes da diáspora açoriana no evento, uma oportunidade de divulgação de seus trabalhos para o mundo afora.
“O Metrópolis tem o formato exato, para além de dar a conhecer a cultura dos Açores, as nossas especificidades e belezas naturais, estamos também conciliando outra vertente que é da divulgação dos nossos investigadores que pela diáspora a fora já estudam os processos migratórios e o que caracterizam as nossas diásporas, e portanto foi uma coincidência muito rica. Ainda bem que eles agarram a idéia e estão a corresponder”.
Para além das sessões plenárias, como conteúdo principal da Conferência, diversos participantes puderam expor seus estudos através de workshops realizados em todas as tardes durante a semana de conferencia, sobre processos imigratórios em diversos países. Estes trabalhos foram apresentados por professores ou estudantes, representantes de organizações que trabalham dentro do tema.
De acordo com Dra. Castanho, a próxima edição do Metrópolis que acontecera na China, em Pequim, deve também contar com todos os convidados da diáspora açoriana presentes nesta edição. “Veja bem com quem competimos. A nossa candidatura competiu com países de grande pujança, e venceu pela especificidade de estudar o processo migratório em contexto de ilhas” disse a diretora do governo, em entrevista ao Mundo Lusíada, ela que segue nesta semana a outras viagens internacionais, dentre elas para Boston nas comemorações de 500 anos de presença açoriana nos Estados Unidos.

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