10 Junho: “Foi uma boa ideia” duplas comemorações com PR, PM e nas comunidades

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entrega a bandeira nacional ao presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira (D), durante a cerimónia do Arriar da Bandeira Nacional no âmbito das Comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Lagos, 10 de junho de 2025. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Neste 10 junho, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “foi uma boa ideia” o modelo de duplas comemorações do 10 de Junho, em Portugal e no estrangeiro, em conjunto com o primeiro-ministro, que vigorou durante os seus mandatos presidenciais.

“Provou-se que era uma boa ideia, para mostrar lá fora que aparecem juntos o Presidente e o primeiro-ministro, quem quer que sejam, quer dizer, são de direita, mais à direita ou menos à direita, são de esquerda, mais à esquerda ou menos à esquerda. Acho que foi uma boa ideia”, afirmou.

O Presidente da República falava aos jornalistas na Praça do Infante D. Henrique, em Lagos, após um concerto da Orquestra do Algarve que encerrou as décimas e últimas comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas dos seus mandatos.

Interrogado sobre que marca deixa na celebração desta data, respondeu: “Eu acho que há uma marca adicional que eu deixo, aliás, a meias com os dois primeiros-ministros que tive a sorte de ter como companheiros de percurso. Já se ia ao estrangeiro, todos os chefes de Estado iam ao estrangeiro, mas não havia uma comemoração conjunta em território físico português e nas comunidades pelo 10 de junho”.

O chefe de Estado realçou que “isso é novo, isso foi novo”.

“Isto foi uma ideia minha e do primeiro-ministro António Costa. Eu tive a ideia, falei com ele e ele concordou. Depois voltei a falar com o primeiro-ministro Luís Montenegro e ele concordou. Podia ser diferente, podia ter sido diferente”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a participação conjunta de Presidente da República e primeiro-ministro nas comemorações do Dia de Portugal e sobretudo no estrangeiro, junto das comunidades emigrantes portuguesas: “Essa tradição não havia. Não sei se vai durar, mas durou”.

Segundo o chefe de Estado, “tem um peso monumental” essa presença conjunta: “Impressiona muito não só o estarem os titulares dos mais altos cargos políticos juntos cá dentro, mas aparecerem junto das comunidades, juntos, lá fora”.

Interrogado se pensa que esse modelo vai continuar com quem lhe suceder na chefia do Estado, a partir de 2026, respondeu que não sabe e depois ressalvou que “é natural e é bom para a democracia que haja diferença e que haja imaginação” no modo de celebrar o 10 de Junho.

Populares assistem à passagem do navio escola Sagres durante uma demonstração dos meios navais da Marinha Portuguesa, no âmbito das Comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Lagos, 09 de junho de 2025. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O cargo

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que tenciona “sair de levezinho” do cargo de Presidente da República e, quando cessar funções, deixar de intervir politicamente, mas ir a todas as cerimónias oficiais como ex-chefe do Estado.

O Presidente da República, que vai terminar o seu segundo mandato daqui a nove meses, em 09 de março de 2026, falava aos jornalistas no fim das suas últimas comemorações oficiais do Dia de Portugal, que tiveram lugar em Lagos, no distrito de Faro.

Numa espécie de balanço dos seus mandatos, a propósito do 10 de Junho, Marcelo Rebelo de Sousa explicou como tenciona sair do exercício do cargo: “Sair de levezinho, ir saindo. Ir saindo e dando o palco, exceto naquilo em que o Presidente tem de ser Presidente”.

O chefe de Estado referiu que ainda irá às cerimónias do 25 de Novembro na Assembleia da República e dos 40 anos da integração europeia e tem visitas ao estrangeiro, várias das quais para comemorações dos 50 anos de independência de países africanos antigas colónias portuguesas.

“Mas tirando isso, em que tem de ser o Presidente da República, ir saindo de forma leve para deixar aos candidatos e candidatas quer às autárquicas, mas sobretudo às presidenciais, o espaço que eles devem ter”, acrescentou.

Interrogado sobre como será o seu próximo 10 de Junho, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Vai ser assim: não intervir politicamente, mesmo nada, não intervir, não dar entrevistas, não falar, não comentar, não fazer artigos, não fazer conferências sobre política, nomeadamente política portuguesa. Segundo, ir às cerimônias oficiais, todas, a menos que não possa, esteja impossibilitado”, descreveu.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu marcar presença nas cerimônias oficiais do 25 de Abril, do 10 de Junho e do 05 de Outubro, entre outras: “Onde for, eu lá estarei”.

Para já, no próximo dia 25, Marcelo Rebelo de Sousa, vai participar nas comemorações dos 50 anos da independência de Moçambique, segundo o embaixador português em Maputo, António Costa Moura. “Um momento histórico que todos teremos o privilégio de testemunhar. E, por isso, tal como Moçambique se fez representar ao mais alto nível nas comemorações do 25 de Abril, será com grata honra que, respondendo ao amável convite do Presidente [de Moçambique] Daniel Francisco Chapo, Portugal se fará representar nas celebrações da independência pelo Presidente da República, professor Marcelo Rebelo de Sousa”, anunciou o embaixador português.

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