Da Redação
Ao preparar uma viagem internacional, poucos brasileiros se atentam para um detalhe que pode transformar férias dos sonhos em uma verdadeira dor de cabeça: a legislação internacional sobre medicamentos. Analgésicos, antitérmicos, descongestionantes e até anticoncepcionais populares no Brasil podem ser considerados substâncias proibidas ou controladas em outros países — e isso pode resultar em sanções severas, como multas, apreensões, deportações e até prisão.
Segundo Wilson Silva, diretor de marketing e tecnologia da R3 Viagens, “a informação é o melhor aliado do viajante moderno. É fundamental entender que o que é considerado seguro no Brasil pode ser visto como perigoso em outro país. Nossa missão é garantir que cada cliente viaje com tranquilidade e segurança, cuidando de todos os detalhes, inclusive os menos óbvios, como o transporte de medicamentos.”
Diferenças regulatórias: uma questão de saúde pública e soberania nacional
A divergência entre o que é permitido no Brasil e o que é aceito no exterior se deve a inúmeros fatores. Cada país tem sua própria agência reguladora — como a ANVISA no Brasil, o FDA nos Estados Unidos e a EMA na Europa —, com critérios diferentes de aprovação e monitoramento de medicamentos.
Enquanto a ANVISA pode autorizar um remédio com base em uma análise de risco-benefício aceitável para a população brasileira, outras agências podem rejeitá-lo com base nas mesmas evidências, priorizando outros critérios de segurança ou considerando diferentes perfis genéticos populacionais.
Além disso, fatores econômicos, culturais e até políticos influenciam diretamente essas decisões. Medicamentos que podem ser usados na produção de drogas ilícitas, por exemplo, são rigorosamente controlados ou banidos em alguns países, independentemente de seu uso terapêutico no Brasil.
Os 10 medicamentos brasileiros que mais geram problemas no exterior. A R3 Viagens compilou uma lista dos medicamentos brasileiros mais suscetíveis a causar problemas em aeroportos internacionais:
- Dipirona – Proibida em países como EUA, Japão e Austrália, devido ao risco de agranulocitose.
- Ritalina (Metilfenidato) – Considerada substância ilegal na Rússia; posse pode levar à prisão.
- Nimesulida – Banida na Europa e em países como Canadá e Japão por toxicidade hepática.
- Sibutramina – Suspensa na União Europeia por risco cardiovascular elevado.
- Diane 35 – Proibida temporariamente na França após casos fatais de trombose.
- Avastin (Bevacizumabe) – Proibido nos EUA para tratamento de câncer de mama por falta de eficácia comprovada.
- Mytedom (Metadona) – Criminalizado na Rússia, mesmo com prescrição médica.
- Clobutinol – Retirado do mercado europeu por riscos cardíacos.
- Arcoxia (Etoricoxibe) – Rejeitado pelo FDA por aumentar pressão arterial e risco de infarto.
- Descongestionantes nasais com pseudoefedrina ou fenilefrina – Altamente controlados ou considerados ineficazes nos EUA e na Europa.
Como se proteger e evitar problemas
1. Planeje com antecedência:
A recomendação da agencia é verificar as regras do país de destino com no mínimo 30 dias de antecedência. Sites de embaixadas, consulados e órgãos oficiais são as melhores fontes para essa pesquisa.
2. Tenha toda a documentação:
Leve a receita médica original e, se possível, uma versão em inglês com uma breve descrição do diagnóstico. Medicamentos controlados exigem ainda mais atenção. Também mantenha a nota fiscal dos medicamentos.
3. Transporte adequado:
Medicamentos devem sempre ser levados na bagagem de mão, com suas embalagens originais. Recipientes acima de 100ml podem ser barrados na segurança do aeroporto, especialmente no caso de líquidos.
4. Busque alternativas:
Se o medicamento for proibido no país de destino, solicite ao seu médico uma alternativa permitida internacionalmente. Para tratamentos prolongados, pode ser mais seguro adquirir o medicamento localmente, com prescrição médica.
5. Equipamentos médicos:
Itens como insulina, seringas ou inaladores devem estar acompanhados de laudo médico. Verifique também compatibilidade elétrica de aparelhos e eventuais exigências sanitárias locais.
6. Contate o consulado:
Em caso de dúvida, o contato direto com o consulado do país de destino é essencial. Eles podem orientar sobre exigências específicas e sobre como proceder em situações de emergência.
Para a R3 Viagens, uma agência de viagens corporativas com mais de 10 anos de experiência no mercado, a segurança e o bem-estar do viajante vêm sempre em primeiro lugar. “Nosso trabalho vai muito além de emitir passagens. Atuamos como parceiros estratégicos para empresas e viajantes frequentes, orientando sobre todas as questões críticas da jornada, inclusive as que envolvem saúde e regulamentação. Uma viagem segura começa com informação”, afirma Wilson Silva, diretor da empresa.