No último dia 22 de janeiro aconteceram protestos simultâneos em frente aos consulados de Portugal em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo: a maior cidade e com maior movimento no Brasil.
Na capital paulista os manifestantes disseram à agência Lusa, que deram entrada no processo há mais de 170 dias, e que ainda estão à espera de uma resposta do Governo português.
Caso de Jean Almeida Queiros, gráfico, que entrou com o processo para obter um visto de trabalho em Portugal juntamente com a sua mulher no Consulado Geral de São Paulo. Ela recebeu a autorização e já está em Portugal desde outubro de 2024, mas o processo dele não teve um desfecho e não lhe apontaram uma razão ou um prazo.
Também a cineasta Evelim Santos, solicitou o visto de trabalho no final de julho (2024), com a “esperança e a vontade” de exercer a sua profissão em Portugal, mas está parada, sem trabalhar, aguardando alguma resposta.
Rosemary Alcantara, professora, disse que começou a planejar a mudança para Portugal, há mais de quatro anos, fez o pedido de visto em agosto passado, e desde então também está sem resposta.
O protesto em São Paulo foi acompanhado pela agência Lusa, teve duração de cerca de quatro horas, até dois manifestantes serem recebidos pelo Cônsul-Geral de Portugal em São Paulo, António Pedro Rodrigues da Silva.
À agência Lusa, Rodrigo Berti, engenheiro de produção, um dos manifestantes que conversou com António Rodrigues, disse que o cônsul admitiu existir “um problema grave com a empresa VSF, que não tem dado resposta além de omitir das pessoas que têm solicitado visto, em que etapa está o processo de cada pessoa”.
Além disso, segundo a mesma fonte, o Cônsul-Geral teria dito “que existem processos em que aparecem datas no site [da VSF], mas chegam ao Consulado de Portugal dois meses depois do que foi informado”.
Rodrigo Berti acrescentou ainda que o diplomata disse que o problema está a ser causado pela grande procura e o fim do regime de manifestação de interesse em matéria de política de imigração, que terá contribuído para o acumular de solicitações.
A Lusa também publicou que tentou falar com o Cônsul-Geral de Portugal em São Paulo, por telefone e por mensagem, mas não obteve nenhuma resposta ou comentário do diplomata.