Portugal vai decretar luto nacional em memória do Papa Francisco

Foto: Vatican Radio

 O Governo vai decretar luto nacional em memória do Papa Francisco, que morreu neste dia 21 aos 88 anos, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.

Numa reação à morte de Francisco, o primeiro-ministro assinalou o singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas e considerou que o melhor tributo a prestar será seguir os seus ensinamentos e exemplo.

“Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas. As suas visitas a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, refere-se numa nota oficial em que manifesta as suas condolências à Santa Sé e a todos os católicos.

O Papa morreu às 07:35 da manhã de hoje, anunciou hoje o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell. Francisco tinha 88 anos e esteve internado recentemente devido a uma pneumonia bilateral.

O Vaticano informou hoje que o funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês.

Em Lisboa

O patriarca de Lisboa, Rui Valério, recordou hoje o “abraço caloroso, os gestos incansáveis, a alegria contagiante” do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude que teve lugar na capital portuguesa em agosto de 2023.

Papa Francisco chega para um encontro com voluntários no último dia da Jornada Mundial da Juventude em Oeiras, Portugal, 06 Agosto 2023. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA/POOL

Numa mensagem sobre a morte do pontífice argentino, Rui Valério escreve que foi “com dor” que foi recebida a notícia do óbito.

“O seu magistério [de Francisco] e os seus gestos permanecem na nossa memória e elevamos a Deus um hino de gratidão por estes anos em que a Igreja foi pastoreada pelo seu esmero e dedicação incansáveis, como todos pudemos testemunhar”, escreve o patriarca de Lisboa, sublinhando a “misericórdia que o Papa não se cansou de anunciar ao longo de todos estes anos”.

Rui Valério convoca “todos os diocesanos do Patriarcado de Lisboa para uma missa em sufrágio na Sé de Lisboa, hoje, dia 21 de abril, segunda-feira, às 21:00”.

“Peço também a todos os sacerdotes que, ao longo do dia, sejam tocados os sinos das igrejas, assinalando a morte do Papa Francisco”, escreve o bispo de Lisboa, sublinhando ser “necessário, também, que ao longo dos próximos dias sejam celebradas missas em sufrágio pelo Papa Francisco”.

“Que tudo isto seja ocasião para renovarmos a esperança cristã, esta mesma esperança que o Papa Francisco achou tão necessária para revivermos neste ano jubilar”, exorta ainda o patriarca de Lisboa.

Fátima

O Santuário de Fátima, onde o Papa esteve por duas vezes, uma das quais para canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta, destacou a devoção de Francisco à Virgem e as marcas profundas que deixou na Cova da Iria.

“Fátima chora o falecimento do Santo Padre. Francisco sempre foi um devoto expresso de Nossa Senhora e, na Cova da Iria, deixou marcas profundas”, referiu o santuário numa nota publicada no seu sítio na Internet, através da qual também se salienta que “estabeleceu com a Cova da Iria uma ligação muito estreita”.

Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.

Segundo o Santuário de Fátima, um exemplo da devoção foi “o pedido da presença da imagem original da Virgem de Fátima, em Roma, no Jubileu da Espiritualidade Mariana, a celebrar em outubro”.

“Ao longo do seu pontificado de 12 anos, mereceram especial destaque três momentos no que ao Santuário de Fátima diz respeito”, adiantou o templo mariano, referindo que, em 2013, a imagem da Virgem de Fátima foi a Roma, a pedido de Francisco, “para a Jornada Mariana promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização”.

Já em 2017, no centenário dos acontecimentos na Cova da Iria, Francisco deslocou-se “pela primeira vez à Cova da Iria para rezar aos pés da Imagem venerada na Capelinha das Aparições e para canonizar os beatos Francisco e Jacinta”.

O santuário recordou que Francisco esteve em Fátima como “peregrino da luz, da esperança e da paz” e caracterizou Fátima como “manto de luz”, assumindo ainda, no regresso a Roma, “o compromisso de levar ao mundo a mensagem de Paz que Fátima representa”.

“Mais recentemente, em 2023, no contexto da Jornada Mundial da Juventude, regressou a Fátima para rezar na companhia de jovens com deficiência e de jovens reclusos”, assinalou o santuário, referindo que, hoje de manhã, “os sinos da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima tocaram, em sinal de luto pela partida do Papa Francisco”.

O santuário acrescentou que foram “muitos mais os momentos e os episódios que ligaram o líder mundial da Igreja Católica a Fátima”, desde a sua escolha para bispo, passando pela dinâmica pastoral que exerceu como arcebispo de Buenos Aires”, acrescentando que “Jorge Bergoglio deixou uma marca única de coragem e de proximidade”.

Papa Francisco reza na Capela das Aparições do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima, Ourém, Portugal, 05 de agosto de 2023. O Pontífice esteve em Portugal por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um dos principais eventos da Igreja que reúne o Papa com jovens do mundo todo. ANTÔNIO COTRIM/LUSA/POOL

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