Da Redação
Em Brasília, 06 de outubro, o secretário de Ensino Superior de Portugal, João Filipe Queiró, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Brites Pereira, entregaram ao ministro substituto da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil, Luiz Elias, um documento amplo sobre a estrutura das 15 universidades públicas do país e uma proposta de participação no Programa Ciência sem Fronteiras, do governo brasileiro.
Entregue em Brasília, o documento apresenta, em linhas gerais, a possibilidade de estudantes brasileiros virem a participar de programas de doutorado ou pós-doutorado em universidades como a de Coimbra, do Porto, do Minho e de Lisboa. Segundo os dirigentes portugueses, as universidades do país mantêm alto nível de qualidade no ensino e na pesquisa e recebem alta avaliação dos comitês internacionais. Exemplo disso é o fato de que, recentemente, a Universidade de Coimbra recebeu o prêmio de melhor incubadora tecnológica do mundo.
“Acreditamos que Brasil e Portugal podem estar unidos neste projeto por fatores como língua comum, pela sinergia entre os países e pelos laços históricos entre as duas nações”, disse o secretário de Ensino Superior.
Para Luiz Elias, do MCTI, a proposta pode ser uma ponte importante para o crescimento entre os dois países, tendo em vista que o Ciência sem Fronteiras é um programa ousado do governo para levar o Brasil a ter uma efetiva participação na produção científica, tecnológica e de inovação no mundo.
Participaram ainda da reunião, na delegação portuguesa, o ministro-conselheiro José Rui Velez Caroço, o vice-reitor da Universidade de Aveiro, José Fernandes Mendes, o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Henrique Madeira, o diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, José Pinto Paixão, o reitor da Universidade do Minho, Antonio Cunha, o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, José Esteves Pereira, e a vice-reitora da Universidade Técnica de Lisboa, Maria da Conceição Peleteiro. Pelo lado brasileiro, estavam presentes o coordenador do Programa Ciência sem Fronteiras, Márcio Ramos, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI); e a coordenadora-geral de Cooperação da Assessoria Internacional do MCTI, Barbara Sant’Anna.
Brasil quer criar parcerias com centros portugueses
A notícias vai de encontro com o que declarou o ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, em 01 de outubro. Segundo ele, o Brasil tem interesse em estabelecer parcerias bilaterais com centros de investigação portugueses, incluindo ajuda na manutenção dos projetos durante a crise econômica.
“Aquilo que Portugal quiser fazer nós vamos fazer. A gente pode ajudar, investir mais em pesquisa de forma bilateral e permitir que eles continuem desenvolvendo os seus projetos científicos”, declarou Mercadante, questionado pela Agência Lusa.
“Nós podemos fazer projetos bilaterais e nós vamos ajudar financeiramente. Eu tenho grande interesse nessa parceria com Portugal”, reforçou o ministro, em entrevista aos correspondentes estrangeiros em São Paulo.