Cônsul Geral de São Paulo faz primeira visita para comunidade da Baixada

Cônsul Geral diz que é preciso reanimar o orgulho e afirma: “nós precisamos reivindicar nossa lusitanidade”.

Por Odair Sene

“Nós temos que ultrapassar este preconceito da inibição dos que são descendentes de portugueses”, disse em seu discurso o cônsul geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lopes Lourenço. Ao lado está o presidente José Duarte e o cônsul honorário Armenio Mendes.

Durante sua visita em Santos, o Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lopes Lourenço, falou que vê a comunidade portuguesa de São Paulo “muito grande e muito importante” apesar de ainda não ter estado presente em todos os lugares que deseja.

Paulo Lourenço deixou muito claro que pretende ser o cônsul do estado, e não (apenas) da cidade de São Paulo. Por conta disso pretende continuar com suas deslocações que serão sempre visitas preparadas e com objetivos concretos. Até porque, tem duzentas mil pessoas inscritas no Consulado Geral e sabe que isso não é toda a comunidade portuguesa, especialmente porque a inscrição não é obrigatória, e numa dimensão envolvendo todo o estado, este número certamente é muito maior.

Conforme o cônsul, este potencial envolvendo os inscritos, os não inscritos, os descendentes, é um potencial que não vem sendo aproveitado: “se juntarmos as comunidades portuguesas, os luso descendentes, as empresas portuguesas que estão em São Paulo, se tudo isso for juntado, imagine a força que isso tem! E este é o trabalho que temos que fazer, nós temos que ultrapassar este preconceito da inibição dos que são descendentes de portugueses”, disse ele que quer incentivar os portugueses para que assumam com orgulho sua identidade e os descendentes desses portugueses precisam ser “reconquistados” para que também tenham orgulho de serem descendentes. Este, segundo Paulo Lourenço, é um grande trabalho tanto para o Consulado Geral como para os Consulados Honorários, para reanimar este sentimento de ser português.

“Não há mal nenhum em sentir-se brasileiro porque aqui estamos completamente socializados, mas nós precisamos reivindicar nossa lusitanidade, temos que assumir nosso orgulho por Portugal. Temos que estar unidos como numa orquestra, com vários instrumentos, mas tocando todos com harmonia”, disse.

Por este sentimento de unidade que Paulo Lopes defende a formação de uma grande rede de contatos que não está sendo usada e ele entende ser fundamental para o fortalecimento de várias ações que pretende realizar. Entre elas está o fortalecimento do movimento associativo, como uma linha de frente deste projeto, que funcionaria como uma ligação entre as comunidades, as casas portuguesas, os consulados, as empresas que estão aqui, sejam mais recentes ou as mais antigas, que têm filhos e netos na direção, e este é um grande desafio que compete a todos, não há ninguém que esteja de fora.

Ao Mundo Lusíada o diplomata disse que a função do Consulado Geral é lançar o debate para reflexão, animar as pessoas a fazerem este debate, e com objetivos muito concretos: “Nesta minha missão eu tenho objetivos muito concretos incluindo negócios com empresas portuguesas com criação de oportunidades para essas empresas, captação de investimentos para essas empresas, e de investimentos brasileiros e luso brasileiros para Portugal. Portanto animar esta rede de contatos, como o Mundo Lusíada já fez referência a isso recentemente é uma missão grande e essencial. Essas pessoas existem, mas estão espalhadas pelo estado, as pessoas só precisam sentir que fazem parte deste conceito para que acreditem nessa idéia que eu estou a propor”.

Paulo Lourenço falou que essa reconquista dos luso descendentes é essencial e difícil por conta da integração do português no Brasil. “E como temos uma malha muito grande de empresas, pessoas, associações, nós temos que juntar todos esses pontos e fazê-los acreditar nisso e acreditar também que podem ganhar com isso, seremos seguramente mais solidificados do que somos, portanto há um conjunto de oportunidades aqui que estamos deixando de aproveitar e eu quero levar essa reflexão às pessoas, mas não vou travar este combate sozinho, só vou conseguir se as pessoas entenderem que aquilo que eu estou a propor faz sentido”, concluiu.

Nesta visita ao Centro Cultural Português, Paulo Lourenço comentou ainda que Portugal “selou” uma paz institucional no país em prol de um objetivo maior que é a retomada da economia e do crescimento. “A classe política e a sociedade portuguesa perceberam que estavam numa situação muito grave e que exigia um sentido de responsabilidade muito grande e a forma que o país encontrou para responder à crise foi assumir um acordo com a Troika , assumir as condições do acordo, assinar este acordo entre os principais partidos, incluindo a oposição e depois assinar com o principal sindicato”, disse.

O cônsul geral encerrou o comentário dizendo que atualmente Portugal e os portugueses têm consciência política e social, e isso cria confiança no investidor, cria confiança nos mercados, e é o que está a acontecer em Portugal.

Leia mais em: Armenio Mendes elogia disposição do novo cônsul geral por proximidade com a comunidade

1 Comment

  1. Se pararmos pra pensar, quase uns 70% da população branca que vive no Brasil é portuguesa, e mais de 90% dos negros daqui vieram da Africa Portuguesa, ou seja, é muito complicado o que o cônsul Geral de São Paulo propoem, embora, caso ele consiga cumprir a incrivel missão de criar unidade entre a população portuguesa que vive no Brasil, será excelente para os negocios de Portugal, se todos os brasileiros descendentes de portugueses e portugueses que aqui vivem ajudarem a criar empresas em Portugal, a economia portuguesa será a maior da Europa, porque parem pra pensar, são cerca de 100 milhões de pessoas entre descedentes de portugueses que aqui vivem, e a comunidade portuguesa, juntando com os que estão no Brasil de manera ilegal, pode chegar a cerca de mais de 1 milhão de pessoas. Seria algo fantástico!

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