Morre Pinto da Costa: “O homem que fez do Porto um gigante”

Adeptos do FC Porto reúnem-se perto do estádio do Dragão em memória do antigo presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, Porto, Portugal, 16 de fevereiro de 2025. Jorge Nuno Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, onde se afirmou como o treinador mais bem sucedido e mais antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu a 15 de fevereiro, aos 87 anos. Foto JOSÉ COELHO/LUSA

Por Emídio Tavares

Mítico dirigente português tinha 87 anos e comandou os Dragões entre 1982 e 2024. O dirigente com mais títulos na história do futebol.

Nascido no Porto, em 28 de dezembro de 1937, o jovem Jorge Nuno ingressou no clube como sócio aos 17 anos de idade. Três anos depois já ocupava funções dentro da entidade, primeiro na seção de hóquei , depois boxe e, finalmente, futebol.

Conhecido pelo sobrenome, Pinto da Costa chefiou o departamento de futebol na campanha histórica de 1977/78, quando o Porto, após um jejum de 19 anos, voltou a ser campeão. A largada no cargo de presidente ocorreu em abril de 1982 para uma jornada que parecia incessante. Afinal, foram 15 mandatos consecutivos. Ele só deixou de comandar o Porto em abril de 2024, dando tempo, ainda, de mais um título: a Taça de Portugal.

O presidente mais longevo da história do futebol, celebrou como comandante máximo do clube, a Taça de Portugal (16 vezes), a Liga Portuguesa (23 vezes), a Supertaça Cândido de Oliveira (23 vezes) e a Taça da Liga (1 vez). Além disso, colecionou conquistas internacionais: Liga dos Campeões (2 vezes), Liga Europa (2 vezes), Taça Intercontinental (2 vezes), Supertaça Europeia (1 vez).

Em seu currículo extenso, Pinto da Costa também enfrentou dificuldades, como a acusação de corrupção ativa em 2004. Desse modo, ele sofreu um indiciamento no processo chamado de “Apito Dourado”, que apurava suspeita de irregularidades no futebol português. Mas conseguiu a absolvição.

Em 2024, apesar da doença, ele decidiu se candidatar à presidência mais uma vez. Entretanto, o concorrente André Villas-Boas o derrotou com cerca de 80% dos votos, colocando um ponto final na trajetória de mandatário de Pinto da Costa.

Em outubro de 2024, ele lançou um livro em que falava de seus últimos anos no Porto, o câncer e questões que envolvem a morte. Foi seu quinto livro, incluindo alguns pedidos sobre seu funeral: que ninguém contasse anedotas, em respeito à família, e que todos deixassem o preto do luto de lado e fossem ao velório de azul, “a cor do céu, da manta de Nossa Senhora e do FC Porto”.

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