Mundo Lusíada
Com agencias
O número oficial de mortos do acidente ferroviário de Santiago de Compostela, Espanha, subiu para 80, de acordo com a última contagem oficial divulgada pela Junta da Galiza, em 25 de julho. O acidente é o mais grave desde 1944, quando centenas de passageiros morreram depois do embate entre um comboio de passageiros e uma locomotiva.
O Governo de Espanha anunciou três dias de luto nacional e a Junta da Galiza decretou sete, enquanto o país e o mundo manifestam o seu pesar e aguardam conclusões sobre as causas do desastre. O acidente ainda está sendo investido mas a imprensa espanhola divulga que após o descarrilamento, numa comunicação por rádio, um dos maquinistas teria dito que estava a 190 quilômetros por hora numa curva onde o limite é de 80km.
O acidente ocorreu na quarta-feira às 20:45 horário local quando o comboio de alta velocidade, que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol com quase 250 passageiros a bordo, descarrilou a três quilômetros de Santiago de Compostela. Pelo menos 80 pessoas morreram e a conselheira da saúde local, Rocío Mosquera, afirmou que ao longo da noite os serviços de emergência transferiram 178 pessoas para diferentes hospitais. 95 feridos continuam internados, dos quais 32 adultos e quatro crianças estão em estado crítico, acrescentou a mesma fonte em conferência de imprensa.
No local, já visitado pelo chefe do Governo de Espanha Mariano Rajoy, prosseguem as operações de remoção dos destroços, com as carruagens encavalitadas umas nas outras, muitas destruídas, e uma delas atirada para uma estrada paralela à linha do comboio, mas cinco metros mais alta.
A ferroviária estatal Renfe disse ser demasiado cedo para determinar as causas do acidente, mas os media admitem que o excesso de velocidade possa ter contribuído para o desastre. A chave para esclarecer as causas do acidente estará na ‘caixa negra’, que já foi entregue ao juiz encarregado de investigar o caso.
Mariano Rajoy, natural de Santiago de Compostela, já anunciou que serão realizadas duas investigações, uma judicial e outra da responsabilidade da Comissão de Investigação aos Acidentes Ferroviários, tutelada pelo Ministério dos Transportes.
O rei Juan Carlos e o príncipe Felipe também cancelaram todos os seus compromissos públicos em respeito pelas vítimas e, num comunicado publicado no site da Casa Real, o monarca manifestou “dor e tristeza” perante o desastre e transmitiu “um profundo carinho e solidariedade” pelos familiares das vítimas. A Casa Real anunciou entretanto que os reis se deslocam ainda hoje a Santiago de Compostela para visitar os familiares das vítimas e os feridos que continuam hospitalizados.
De todo o mundo chegaram a Espanha mensagens de condolências. O presidente português, Cavaco Silva, transmitiu “ao Povo Espanhol, em nome do Povo Português e no meu próprio, os sentimentos do nosso mais profundo pesar e a expressão da nossa sentida solidariedade”. O governo do Brasil também lamentou o acidente com o trem que descarrilou, em nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, afirmou estar solidário com o povo e o governo da Espanha.
Do Brasil, o papa Francisco também lamentou o ocorrido, divulgando uma mensagem em seu Twitter: “Rezo pelas vítimas do acidente de Santiago de Compostela e me sinto muito próximo dos que estão sofrendo neste triste momento”.