Reabertura de restaurantes deve garantir segurança de trabalhadores e consumidores

Da Redação
Com Lusa

Nesta terça-feira, aconteceu em Lisboa uma cerimônia de assinatura da declaração de compromisso dos parceiros sociais para a retoma econômica e de assinatura do protocolo de cooperação entre a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a DGS (Direção-Geral da Saúde).

O ministro de Estado e da Economia reiterou que esta semana o Governo português avaliará se há condições para a reabertura dos restaurantes, sublinhando que este restabelecimento deve ser feito com precauções que garantam segurança aos trabalhadores e consumidores.

“Se tudo correr bem e durante esta semana faremos essa avaliação em conjunto com a  (DGS), com um conjunto de técnicos que acompanham o Governo nesta matéria, em discussão com parceiros sociais e com partidos políticos, e veremos se há condições para avançarmos para a fase seguinte”, disse Pedro Siza Vieira.

“A fase seguinte é marcada por um conjunto de restrições que são levantadas, entre as quais, talvez uma das mais impressivas do lado da economia, a reabertura dos estabelecimentos de restauração e bebidas”, sublinhou o ministro do Estado, da Economia e da Transição Digital.

“É importante que este restabelecimento da nossa normalidade da vida societária se faça de acordo com precauções que ofereçam quer aos trabalhadores quer aos consumidores uma experiência segura e sobretudo rodeada das cautelas necessárias para manter sob controlo os números de propagação da epidemia”, afirmou o ministro.

O vice-presidente da AHRESP, Carlos Moura, sublinhou que o setor é um dos mais afetados pela pandemia e considerou que “após longas e dramáticas semanas de portas fechadas” os compromissos agora definidos com a DGS “simbolizam para o setor da restauração e bebidas o início de uma nova fase, de um novo desafio, tanto ou mais difícil do que o anterior e repleto de muitas incertezas”.

De acordo com o Plano de Desconfinamento do Governo, divulgado em 30 de abril, os restaurantes e cafés retomam a atividade em 18 de maio, mas com algumas restrições no âmbito da mitigação à propagação da pandemia covid-19.

Na sexta-feira, a DGS emitiu orientações para a reabertura dos restaurantes e cafés, que devem privilegiar o uso das esplanadas e o serviço ‘para viagem’ e devem incentivar o agendamento prévio.

Entre as medidas a adotar, a autoridade de saúde destaca também a redução da capacidade máxima do estabelecimento, por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado de dois metros entre as pessoas.

Por outro lado, estão desaconselhados os lugares de pé, tal como as operações do tipo ‘self-service’, como ‘buffets’. A limpeza e desinfecção dos espaços deve respeitar as orientações anteriormente emitidas pela DGS.

Limitações

Na cerimônia, o primeiro-ministro afirmou que nenhuma atividade econômica pode ser retomada sem constrangimentos, alegando que as limitações de higiene e segurança são essenciais para que exista confiança por parte dos cidadãos em ambiente de pandemia.

“Termos de ser francos uns com os outros, não é possível retomar a atividade sem constrangimentos – e esses constrangimentos geram incômodos”, declarou António Costa no Palácio da Ajuda.

Em resposta a queixas de comerciantes e de vários outros setores profissionais sobre as exigências sanitárias colocadas pela Saúde para a reabertura de diversos serviços, o primeiro-ministro defendeu a tese de que essa é a única alternativa nesta fase em que o país enfrenta o covid-19.

“Compreendo bem que os empresários da restauração digam que é muito difícil de abrir o restaurante com aquele conjunto de limitações, percebo que os jogadores de futebol digam que com estas regras de confinamento é muito difícil desenvolverem a sua atividade, e não tenho a menor das dúvidas que para todos os barbeiros e cabeleireiros é muito difícil trabalhar com o equipamento de segurança requerido. Mas todos temos de ser claros: Viver com o vírus implica viver com muitas limitações”, contrapôs.

O primeiro-ministro alegou depois que essas mesmas “limitações são fundamentais para que o cidadão ganhe confiança e sinta segurança em ir ao barbeiro ou ao cabeleireiro, ou, ainda, para ir poder trabalhar no dia a dia”.

“Essa confiança do cidadão é fundamental para que toda a cadeia econômica se possa restabelecer”, frisou ainda o líder do executivo, num discurso que fez perante os parceiros sociais.

Antes desta intervenção do primeiro-ministro, a diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou a tese sobre a necessidade de “monitorização” no regresso à atividade econômica, dizendo que, para já, “Portugal tem-se mostrado à altura de um desafio sem precedentes”.

“As medidas até agora tomadas permitiram mitigar a transmissão comunitária do novo coronavírus. Em articulação com parceiros institucionais e sociais, a DGS tem vindo a recomendar um conjunto de regras de boas práticas”, disse, numa alusão ao protocolo assinado.

De acordo com Graça Freitas, todos os passos “têm de ser dados acompanhados de um sentimento de segurança”.

“A transmissão do novo coronavírus não desapareceu, o risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, a população e os operadores econômicos não podem ignorar”, avisou.

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