Costa anuncia aumento de crédito para 1.500 milhões euros de exportações para Angola

O primeiro-ministro, António Costa (C-E), acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva (C-D), e pelo ministro das Relações Exterior de Angola, Manuel Augusto (2-D), à chegada ao aeroporto de Luanda, em 17 de setembro para uma visita oficial de dois dias a Angola. AMPE ROGÉRIO/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

O primeiro-ministro anunciou que o Governo português vai aumentar a linha de crédito de apoio às exportações para Angola de 1.000 para 1.500 milhões de euros, medida que considerou enquadrar-se na “solidez” das relações políticas luso-angolanas.

Em visita oficial, António Costa falava em reunião com empresários portugueses com investimentos no mercado angolano, num discurso marcadamente econômico, mas em que também falou de “emoção” e “paixão” sempre presente nas relações luso-angolanas.

“Vamos aumentar a linha de crédito de apoio às exportações dos atuais 1.000 para os 1.500 milhões de euros. Esta linha de crédito ampliada a renovada é um sinal muito importante da vontade dos dois países continuarem a estreitar as suas relações econômicas”, declarou o primeiro-ministro.

Perante os empresários portugueses, o líder do executivo defendeu a tese sobre a necessidade de novos objetivos e, por outro lado, de os diferentes agentes no terreno “não se cingirem ao que têm feito” em termos de cooperação.

“Há ainda muito para fazer no futuro. Com a assinatura do novo acordo estratégico para a cooperação (2018/2022) vamos além dos domínios tradicionais da saúde e da educação. Alargaremos a cooperação a áreas de soberania como a defesa, a colaboração técnica policial ou a administração tributária”, especificou.

Para António Costa, os passos agora dados “traduzem que as relações políticas entre Portugal e Angola não só estão boas, como estão sólidas e com grande perspetiva de se poderem aprofundar ao longo dos próximos anos”.

“Da parte de Portugal, creio que não há com nenhum outro país, em qualquer continente, uma relação tão intensa como temos com Angola, assente nos laços individuais que se foram estabelecendo. Como todas relações intensas marcadas pela paixão, muitas vezes essas relações são também emotivas. Mas, como sabemos, sem emoção não há uma boa relação”, advogou.

Ainda neste capítulo da sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu que, no âmbito da relação entre África e União Europeia, Portugal e Angola encontram-se em posição privilegiada.

“As relações políticas são essenciais, mas é absolutamente indispensável que o relacionamento humano, com a presença constante de quem aqui trabalha e investe, continue a construir a aprofundar as nossas relação com Angola”, afirmou, numa nova mensagem dirigidas à comunidade empresarial portuguesa radicada em Luanda.

Confiança nas relações

Nas palavras proferidas por António Costa no primeiro ponto do programa oficial de dois dias a Angola, depois de ter visitado o Museu Nacional de História Militar na Fortaleza de Luanda, o primeiro-ministro afirmou que o passado nas relações luso-angolanas ficou no museu e que os dois países se preparam para fechar um novo acordo de cooperação estratégica, num sinal de confiança em relação ao futuro.

“Vamos assinar o Acordo de Cooperação Estratégica para os próximos anos e vamos dar um sinal de confiança para o aprofundamento das nossas relações econômicas”, declarou o líder do executivo nacional, num momento em que estava ladeado pelos ministros angolanos Manuel Domingos (Relações Exteriores) e Salviano Sequeira).

“Pode significar que o passado ficou no museu e que agora compete-nos construir o futuro – é nesse futuro das relações entre Portugal e Angola que temos de estar focados. Esta visita é um momento muito importante, conjuga-se com a visita de Estado que o Presidente da República de Angola, João Lourenço, efetuará a Portugal em novembro”, sustentou o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro português chega a Luanda, depois de as relações entre Angola e Portugal terem registrado, em 2017, um período de crispação, em consequência do processo judicial que envolvia o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento.

O Governo angolano impôs como condição para o regresso à normalidade das relações que o processo do ex-vice-presidente angolano fosse transferido para a justiça angolana, o que acabou por acontecer em junho deste ano.

Também o presidente luso disse que a visita do primeiro-ministro português a Angola é uma “ocasião única” para um entendimento entre os dois países. “Acho que esta é uma ocasião única. Não é por acaso que o primeiro-ministro está lá [Angola] agora e daqui a dois meses estará cá o Presidente de Angola”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

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