Eleições: Começa contagem dos votos dos emigrantes a cargo de 700 cidadãos

Mundo Lusíada com Lusa

Os votos dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro começaram a ser contados neste dia 18 em Lisboa, numa operação que se prolonga até quarta-feira, quando deverão ser conhecidos os quatro deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa.

O escrutínio dos votos dos portugueses residentes no estrangeiro arrancou no Centro de Congressos de Lisboa, onde 700 cidadãos indicados pelos partidos políticos têm até ao final do dia 20 para concluir este processo eleitoral.

Fernando Anastácio, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) disse aos jornalistas, no início dos trabalhos de contagem de votos, que serão contabilizadas todas as cartas com os boletins de voto, recebidas até às 17:00 da próxima quarta-feira.

As escolhas destes eleitores serão escrutinadas nas cerca de 100 mesas de voto instaladas no local, explicou Fernando Anastácio. Destas, 74 tratarão dos votos no círculo da Europa e as restantes no círculo Fora da Europa.

Após a contabilização dos votos, será feito o apuramento geral, com a consequente publicação dos resultados eleitorais, o que acontecerá dois dias depois, tendo em conta a necessidade do prazo para eventuais reclamações.

A este propósito, Fernando Anastácio elogiou a forma como correu um processo desta dimensão, que envolveu o envio de mais de 1,5 milhões de cartas a partir de Portugal.

“Não há processos perfeitos, mas estamos a falar de mais de 1,5 milhões de cartas expedidas para mais de 180 países no mundo”, disse, explicando que “basta uma não atualização da morada, basta um erro num acento, que a carta é imediatamente devolvida”.

“É todo um processo de melhoramento. Podemos olhar para os pequenos problemas, mas também para a dimensão e aqui temos um aumento significativo de portugueses residentes no estrangeiro que se propuseram votar por correspondência”, disse.

Ainda assim, sublinhou, o número de cartas devolvidas diminuiu nestas eleições, em relação às legislativas anteriores, em 2022.

Os votos dos emigrantes portugueses irão resultar na eleição de quatro deputados, que poderão influenciar o resultado final deste ato eleitoral, uma vez que a coligação Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) elegeu 79 deputados e o PS 77.

A Aliança Democrática obteve uma vitória tangencial, com 29,5%, nas eleições legislativas nacionais de domingo. Depois do PS, o Chega foi a terceira força mais votada, com 48 parlamentares, seguindo-se a IL (oito mandatos), o BE (cinco), o Livre e a CDU (quatro cada) e o PAN (um).

Voto por carta

Quase 300 mil eleitores portugueses no estrangeiro votaram por carta para as eleições legislativas de 10 de março, segundo dados recolhidos até sexta-feira pela Administração Eleitoral.

De acordo com um relatório oficial, até sexta-feira tinham sido recebidas 299.322 cartas com votos de eleitores residentes no estrangeiro, representando 19,42% dos 1.541.464 eleitores dos dois círculos no estrangeiro – Europa e Fora da Europa – que optaram por votar via postal.

Esta votação é superior em quase cinco pontos percentuais aos 14,49% de votos recebidos no mesmo período nas eleições legislativas de janeiro de 2022.

A maioria dos votos recebidos são provenientes da Europa (230.731, ou 77%), seguida da América (57.345, 19%), da Ásia e Oceania (9.396, 3%) e de África (1.850, 1%).

Mais de 1,5 milhões de cartas com os boletins de voto foram enviadas para 189 destinos a partir de 04 de fevereiro e os votos começaram a chegar a Portugal em 20 de fevereiro.

No total, 5.283 estavam inscritos para votar presencialmente.

Segundo a Administração Eleitoral, até sexta-feira foram devolvidas 106.950 cartas (6,94% do total enviado), enquanto em 2022 tinham sido devolvidas 142.408 (9,37%) no mesmo período.

A Europa domina, com 101.016 cartas devolvidas (95%). Destinatário “desconhecido” é a principal causa da devolução (59,45%), seguida de “não reclamado” (17,21%).

Só depois de conhecidos os resultados totais, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitará o novo primeiro-ministro.

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