Cascais cede espaço para centro de inovação em saúde que terá parceria Fiocruz

Foto CMCascais

O município de Cascais cedeu imóvel em Alcabideche para instalação de um Centro de Inovação em Saúde Global, que vai contar com a parceria do instituto brasileiro Fiocruz.

A criação do futuro Centro de Inovação em Saúde Global em Cascais foi anunciado dia 11 de março, com a aprovação, em sede de Reunião de Câmara, da cedência de um imóvel localizado em Alcabideche, à Universidade Nova de Lisboa. Neste local, vão nascer as futuras instalações para inovação, a formação e a promoção da saúde e do bem-estar.

A criação deste novo Centro de inovação em Saúde Global integra um dos objetivos definidos no Acordo de Parceria Internacional assinado em 19 de fevereiro de 2025, no âmbito da Cimeira Brasil-Portugal, entre a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e a Universidade Nova de Lisboa, através da Nova Medical School, com vista a “promover soluções inovadoras para os desafios da saúde global, melhorar o intercâmbio de conhecimento e a colaboração em equidade na saúde e fomentar a pesquisa e a educação em saúde global”.

Associado a estes parceiros, o município de Cascais vai ceder um espaço à Universidade Nova de Lisboa, para criação deste novo pólo de ensino. Segundo a autarquia, “a Nova tem feito uma forte aposta no ensino, investigação e desenvolvimento, desenvolver este projeto, expandindo o seu polo universitário em Cascais, aumentando a oferta de atividades e projetos complementares a este e ao ensino, no geral, com um impacto na criação de novas oportunidades profissionais no concelho”.

O município de Cascais ainda defendeu como aposta as sinergias entre Investigação e Desenvolvimento, as Empresas, as Instituições Públicas e os particulares , de forma a melhorar as oportunidades profissionais e/ou pessoais dos munícipes. “Esta visão do município insere-se, assim, na sua estratégia de captação de conhecimento e de promoção de Cascais como centro do saber e, nesse sentido, a autarquia tem vindo a desenvolver esforços de dinamização e cooperação com instituições universitárias de elevado mérito. O novo Centro de Inovação em Saúde Global resulta destes esforços em promover a educação e as sinergias econômicas que daí advém, e fomentar a visibilidade do Concelho a nível nacional e internacional pelas boas práticas e apostas de futuro”.

oportunidades

O presidente da autarquia, Carlos Carreiras (PSD), em entrevista à Lusa na sequência da aprovação pelo executivo municipal, defendeu a iniciativa como reforço da atração de talento em Cascais. “E aproveitar todas estas relações que temos e que devemos, no nosso entender, explorar cada vez mais com o Brasil, nomeadamente, neste caso em concreto, com a Fundação Oswaldo Cruz, que é uma referência a nível mundial e foi um dos principais agentes, nomeadamente no combate à covid no Brasil, e também fora do Brasil, com a criação de vacinas”, acrescentou Carreiras.

Para o presidente da autarquia, aquele centro “irá dar origem também a uma componente de fabrico de vacinas e de medicamentos”, resultando “não só numa atração de investimento, e neste caso de investimento estrangeiro em Portugal”, como também de criação de “postos de trabalho, ainda para mais qualificados”.

“Portanto, isto é algo que vem melhorar, e muito, o próprio reforço da autarquia na atração destas Academias do Saber e depois com todas as parcerias que se estabelecem entre a universidade, neste caso a Universidade Nova, e todos estes institutos e instituições que estão associados”, reforçou.

O autarca explicou que a câmara adquiriu o Complexo C3, como também é conhecido o espaço com três edifícios em Carrascal de Alvide (Bairro em Alcabideche) para instalar “o centro de controle do município”, no âmbito das ‘Smart Cities’, mas, entretanto, com o surgimento da covid-19 foi utilizado “como centro logístico de combate à pandemia”.

Posteriormente, o complexo com 3.763 metros quadrados de área coberta e 9.112 m2 a descoberto, com o valor patrimonial de 6,6 milhões de euros, serviu também para acolhimento de “ucranianos que vinham a fugir da guerra”.

A cedência gratuita do espaço, por 50 anos, prorrogável automaticamente por períodos sucessivos de 25 anos, permitirá a criação do Centro de Inovação em Saúde Global que, segundo o acordo de parceria, privilegiará o “fortalecimento dos sistemas de saúde universais”, “preparação e resiliência para crises”, “abordagem ‘one health’ e resistência antimicrobiana” e “bem-estar e longevidade”.

No cronograma das fases de execução, a primeira, a dois anos, inclui, entre outras ações, o lançamento de dois projetos-piloto em saúde global e digital e a organização de um simpósio internacional.

A segunda fase, de três a cinco anos, prevê o lançamento de mais cinco projetos colaborativos em áreas prioritárias, parcerias estratégicas com ‘start-ups’ ou indústrias (além da já existente), com captação até 5 milhões de euros nas duas fases.

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