Vírus: OMS declara emergência de saúde pública internacional, Brasil investiga 9 casos

Da Redação
Com agencias

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou neste dia 30 emergência de saúde pública internacional o surto do novo coronavírus na China.

Uma emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

Para a declarar, a OMS considera três critérios: uma situação extraordinária, de risco de rápida expansão para outros países e de resposta internacional coordenada.

A decisão é conhecida depois de o Comité de Emergência da OMS se ter reunido novamente, depois de há uma semana ter considerado prematura a emergência internacional.

O surto do coronavírus na China infetou no país 7.736 pessoas e matou 170, de acordo com o mais recente balanço, divulgado pela OMS.

Outros 82 casos de infeção foram reportados por 18 países da Ásia, Europa, Médio Oriente, América do Norte e Oceania, sete dos quais assintomáticos.

O surto foi detetado em dezembro na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, no centro da China. Esta é a sexta vez que a OMS declara emergência de saúde pública internacional.

No Brasil

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira que se mantém nove pessoas com suspeita de estarem infectadas por coronavírus no Brasil. Apesar de o número de casos ter se mantido igual ao divulgado ontem, há quatro novos casos considerados suspeitos e outros quatro foram descartados.

Os quatro novos casos suspeitos foram registrados no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. O caso do Rio Grande do Sul já havia sido notificado e chegou a ser excluído. No entanto, voltou a ser considerado suspeito após o paciente apresentar outros sintomas. Os dados foram fechados pela pasta às 12h.

Até o momento, 43 casos foram notificados pelo Brasil. Destes, 28 já foram excluídos. Até o fechamento do balanço, os casos estavam distribuídos em: (1) Minas Gerais, (1) Rio de Janeiro, (3) São Paulo, (2) Rio Grande do Sul, (1) Paraná, (1) Ceará.

“Até o momento não temos nada que mudar nos procedimentos, pois já estamos seguindo as orientações da OMS, mas com a declaração de emergência internacional da organização, poderemos mudar ações seguindo as orientações da OMS”, declarou o secretário Wanderson de Oliveira.

As amostras de exames estão sendo analisadas na Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz no Rio. “Eu e o secretário Wanderson estivemos hoje na Fiocruz e ficamos muito satisfeitos com a atuação da instituição. Mais uma vez, a Fiocruz demonstra a competência que a faz ser referência internacional”, disse o secretário Executivo João Gabbardo.

Em Portugal

Os portugueses que serão retirados da China serão rastreados antes de iniciarem a viagem e na chegada ao aeroporto, segundo a ministra da Saúde, adiantando que Portugal ainda está a estudar a hipótese de um espaço de confinamento.

Um avião saiu hoje de Beja, foi fretado pelo Governo francês e parte para a China até sábado para repatriar pelo menos 133 cidadãos da União Europeia (UE), incluindo 17 portugueses.

A Comissão Europeia ativou na passada terça-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a pedido de França. Ao todo, cerca de 600 cidadãos da UE já pediram para deixar a China devido ao coronavírus.

“Confirmamos que os portugueses residentes em Wuhan e que pediram repatriamento para Portugal estão inscritos na operação de repatriamento que está a ser organizada a nível europeu, com a participação de Portugal, mas essa operação, para ter sucesso, precisa de ser rodeada da discrição e da prudência necessárias”, afirmou à Lusa o ministro Augusto Santos Silva.

O governante explicou que a “operação é muito complexa, quer do ponto de vista logístico, quer do plano diplomático”, tendo exigido uma delicada montagem e coordenação dos países europeus.

A operação “também exige coordenação com as autoridades chinesas, designadamente com as autoridades da saúde pública, cujas autorizações são indispensáveis para que a operação possa ser realizada”, adiantou.

Histórico

Os coronavírus são conhecidos desde meados dos anos 1960 e já estiveram associados a outros episódios de alerta internacional nos últimos anos. Em 2002, uma variante gerou um surto de síndrome respiratória aguda grave (Sars) que também teve início na China e atingiu mais de 8 mil pessoas. Em 2012, um novo coronavírus causou uma síndrome respiratória no Oriente Médio que foi chamada de Mers.

A atual transmissão foi identificada em 7 de janeiro. O escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) na China buscava respostas para casos de uma pneumonia de etiologia até então desconhecida que afetava moradores na cidade de Wuhan. No dia 11 de janeiro foi apontado um mercado de frutos do mar como o local de origem da transmissão. O espaço foi fechado pelo governo chinês.

Atualmente o número de mortos devido ao novo vírus já soma 170 e os infectados são mais de 7.700 pessoas.

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