São Paulo prorroga a quarentena no Estado até dia 31 de maio

Da Redação
Com EBC

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou neste dia 8 que a quarentena no estado será estendida até o final de maio.

“Como governador, queria dar uma notícia diferente da que vou dar agora. Mas o cenário é desolador. Teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. A quarentena evita a propagação da doença”, disse.

Segundo o governador, com a quarentena 51 vidas são salvas a cada dia no estado e, até o dia 21 de maio, mais de 3,2 mil vidas serão salvas com a manutenção do isolamento.

“Queremos, sim, em breve juntos poder anunciar a retomada gradual da economia como, aliás, está previsto no Plano São Paulo. A experiência de outros países, e nós temos utilizado essas experiências aqui, mostra claramente o colapso da saúde e, quando isso acontece, paralisa tudo”, disse Doria.

É a terceira vez que o governador estende a quarentena, que teve início no dia 24 de março e estava prevista para ser encerrada no domingo (10).

Segundo o governador, este é o pior momento da epidemia, somente na região metropolitana de SP houve um aumento de 760% dos casos confirmados em 30 dias.

Durante a quarentena, somente serviços considerados essenciais como logística, segurança, abastecimento e saúde podem funcionar.

O Ministério da Saúde registrou até as 19h desta quinta-feira (7) o total de 135.106 casos confirmados de coronavírus e 9.146 mortes provocadas pela doença no Brasil. Do total de casos, 55.350 são considerados recuperados (41% do total) e outros 70.610 estão em acompanhamento (52,2% do total).

São Paulo segue concentrando a maior parte das notificações, com 39.928 casos e 3.206 mortes, seguido do Rio de Janeiro, que tem 14.156 confirmações e 1.394 óbitos. Os estados que registram as menores notificações, no momento, são Mato Grosso do Sul, que tem 311 casos e dez mortes, e Mato Grosso, com 417 casos e 13 óbitos.

No Rio

Já o governo do Rio de Janeiro estuda a possibilidade de adotar medidas de isolamento total no estado, o chamado lockdown, para diminuir o contágio pelo novo coronavírus e ajudar a conter a expansão da pandemia de covid-19.

Entre as ações que podem ser adotadas estão o bloqueio de todas as entradas do estado e as intermunicipais; a proibição da circulação de pessoas e veículos particulares nas cidades; e a criação de um documento de autodeclaração para quem necessite circular nas cidades, com uso obrigatório de máscara.

As exceções seriam para as atividades de segurança, manutenção da vida e da saúde, para compras de gêneros alimentícios e serviços essenciais de entrega em domicílio. As informações constam em ofício enviado dia 7 pelo governador Wilson Witzel ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), que recomendou ao governo que elaborasse o estudo.

Segundo o documento, o governador determinou que o chefe do Gabinete de Acompanhamento e Fiscalização elabore uma “proposta de conteúdo com subsídios para que seja decretado o lockdown”, junto com as secretarias de Estado de Governo, da Saúde, do Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, de Transportes, da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil.

No ofício, o governo admite que o aumento no número de casos graves “está caminhando para o consequente colapso do sistema de saúde” e que a pandemia “ainda não atingiu o auge” no estado. O documento ressalta que “os esforços empreendidos para ampliar a rede de serviços de saúde têm sido insuficientes para estabelecer uma retaguarda segura”, e que a covid-19 tem levado à internação grupos etários abaixo dos 50 anos.

O documento justifica que não houve adesão às medidas de isolamento por parte da população fluminense, na proporção esperada em torno de 70%, e que “a experiência internacional mostrou que o aprofundamento das medidas restritivas foram fundamentais para a redução do número de casos e óbitos”.

O mesmo grupo vai elaborar também um plano de saída do isolamento total, que deve incluir “um conjunto de medidas voltadas para a saúde da população e da economia do estado”, com indicadores para balizar os momentos ou fases da abertura. A saída do lockdown “será lenta e gradual, acompanhada por robustas medidas de fiscalização, acompanhamento e aplicação de sanções”.

Ciência

A Fiocruz defendeu que o Rio é o segundo estado com a situação mais grave da pandemia, que está se expandindo para o interior, o que justifica a adoção do isolamento total.

“Caso não sejam tomadas medidas mais rígidas de distanciamento social no Rio de Janeiro, especialistas projetam um agravamento da situação epidemiológica e de insuficiência de leitos no mês de maio de 2020, que pode se prolongar e levar a um número expressivo de mortes que poderiam ser evitadas”, disse a Fiocruz.

A instituição explicou que em países como a China, Itália, Espanha, França e Alemanha, a adoção de medidas mais rígidas de confinamento contribuíram para desacelerar o crescimento da curva de casos de covid-19, conseguindo “manter a demanda dos serviços hospitalares e de cuidados intensivos compatíveis com a oferta”.

Já a adoção de lockdown tardiamente, como feito no Reino Unido, “resultaria em uma catástrofe humana de proporções inimagináveis para um país com a dimensão do Brasil”, de acordo com a Fiocruz. Segundo os dados do painel de acompanhamento mundial do coronavírus da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o Reino Unido se aproxima dos 208 mil casos, o quarto país com o maior número de pessoas contaminadas, e 30.689 mortes, atrás apenas dos Estados Unidos em número de óbitos por covid-19.

Segundo a Fiocruz, o planejamento para o isolamento total e a abertura gradual deve ser estruturado de forma que possa ser repetido pelos próximos dois anos.

“Como parte de seu compromisso com a vida, com o Sistema Único de Saúde e com a saúde da população, a Fiocruz não apenas recomenda, mas defende a adoção urgente de medidas rígidas de distanciamento social no estado do Rio de Janeiro para que se possa responder ao grande desafio de uma crise de dimensões sanitária e humanitária e salvar o maior número de vidas possível”.

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